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    Gilberto Dimenstein

    Paraíso dos incompetentes é o inferno dos cidadãos

    01/08/2013 08h12

    O governo de São Paulo informa que pretende remover diretores de escolas considerados incompetentes - e, agora, pretende definir o que significa ser um diretor de escola incompetente.

    Aguarde, caro leitor, para ver a reação contrária das corporações, em geral avessas à meritocracia.

    Apenas a existência dessa discussão já mostra como o poder público, onde impera a estabilidade, é o paraíso dos incompetentes. Você consegue imaginar um técnico de futebol ficar
    indefinidamente mesmo que o time nunca consiga ganhar? Ou um executivo que não seja afastado se a empresa revelar falhas de gestão?

    Numa escola pública assim: o diretor é praticamente imexível. Por quê?

    Por dois motivos:
    1) os pais e a sociedade ainda não se mobilizam, como deveriam, pela melhoria da educação pública;
    2) o poder público é o paraíso dos incompetência.

    O paraíso dos incompetentes é o inferno dos cidadãos. E, no final, quem paga a conta são sempre os mais pobres.

    *

    Visitando escolas públicas ao redor do mundo, vi o seguinte. Não se faz uma boa escola apenas com um bom diretor.

    Mas, sem ele, não existe boa escola.

    Por isso, um dos melhores investimentos é formar diretores que sejam bons gestores.

    gilberto dimenstein

    Escreveu até dezembro de 2013

    Ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

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