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    Gilberto Dimenstein

    Surpresa: jovens trocam álcool por maconha

    28/10/2013 08h43

    Em meio aos debates mundiais sobre legalização da maconha --intensificado aqui por causa do Uruguai-- há um constante alerta: essa flexibilidade vai levar ao consumo de drogas mais pesadas. Será mesmo?

    Vou logo dizendo que não uso drogas e vejo efeitos perniciosos na maconha, longe de ser algo sem efeitos danosos. Sou radicalmente contra qualquer glamourização de substâncias psicoativas.

    Neste final de semana, li reportagem do "The New York Times" mostrando que essa visão de que a maconha é porta de entrada para drogas mais pesadas pode ser um mito.

    O jornal faz relato dos efeitos dos 17 anos de flexibilização da maconha na Califórnia. Um estudo prestes a ser divulgado mostra uma tendência inesperada entre jovens: na Califórnia, eles reduziram o consumo do álcool.

    E não houve aumento de drogas mais pesadas. Talvez esses dados ajudem a fazer o debate mais sereno.

    Dados mostram inequivocamente que o álcool, associado à violência e a acidentes, é um problema mais sério para a saúde pública do que a maconha.

    Portanto, se os dados do "The New York Times" estiverem certos, a legalização da maconha, como no Uruguai, ajudaria a deixar as cidades menos inseguras.

    gilberto dimenstein

    Escreveu até dezembro de 2013

    Ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

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