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    Gilberto Dimenstein

    Decadência de Eike provoca prazer mórbido

    04/11/2013 08h31

    Mesmo quando Eike Batista estava no auge, paparicado por todos os lados (a começar da mídia), esta coluna via o empresário com desconfiança.

    Achava (e acho) que ele se comportava com a superficialidade das celebridades fugazes, transformando sua riqueza numa espécie de reality show.

    Considerava-o um péssimo exemplo, apesar de seu pretenso sucesso empresarial.

    Quero aqui compartilhar um incômodo: o prazer generalizado que sua decadência vem provocando. O homem que queria ser o mais rico do mundo é, agora, um vexame - isso vira motivo de aplausos e alegria.

    Está certo que Eike, com seu exibicionismo, provocou essa reação.

    Mas existe algo mais -e é ruim para o país

    Suspeito que existe um incômodo com empreendedores no geral numa nação em que ainda é forte o valor do poder estatal. Basta ver as reações retrógrados contra privatização.
    Existe a ideia de que ganhar dinheiro sendo empreendedor necessariamente esconde uma mazela.

    Empreendedores, porém, correm risco para gerar inovação. E inovação gera benefícios coletivos.

    Acredito que mais estímulo ao surgimento de inovadores mais teremos condições de enfrentar a miséria.

    gilberto dimenstein

    Escreveu até dezembro de 2013

    Ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

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