O ano de 2013 foi importante para o design brasileiro. Relatei aqui na coluna minhas andanças por eventos em Dubai, Milão, Paris, Londres, Amsterdam, Beirute, México e Miami. Em todos, tivemos destaque, associados a uma capacidade de inovação e uso de poucos recursos de modo criativo e sustentável.
Na segunda edição do São Paulo Design Weekend, recebemos imprensa, curadores e designers estrelados, muitos vindos de fora e ávidos para descobrir o design nacional. Também em 2013, nossa Bienal Internacional de Arquitetura chamou a atenção.
Depois de anos de crise e distanciamento da população, criou um novo formato -inclusivo, sexy e com profundidade- para discutir questões fundamentais das nossas cidades. Deu gosto de ver e orgulho de participar.
Realmente o mundo continua curioso pelo que estamos produzindo nas áreas criativas. Mas o que nos torna especiais? Somos jovens e um verdadeiro caldeirão cultural, mistura de referências, credos e estéticas. Temos facilidade em aceitar o diferente, o inusitado.
Somos abertos ao erro e à experimentação. Nosso multiculturalismo tem encantado o mundo e se espelha em objetos, espaços e edifícios que misturam o tradicional e o digital, o antigo e o novo.
Misturamos também diferentes conceitos, formas e materiais, sem a preocupação do acabamento perfeito. Ao contrário, muitas vezes o rústico parece ser uma vantagem neste momento em que o mundo está hiperconectado e tecnológico.
Procuramos, como nunca antes, um certo retorno às origens e fazemos muito, com muito pouco. Transformamos o ordinário em extraordinário.
Nosso design ganha destaque lá fora, mas internamente os brasileiros ainda o associam a algo caro e para ricos. Culpa, entre outros fatores, da nossa educação rasa.
Design é para todos, é solução de problemas. É olhar para os novos modos de vida e perceber que já não podemos morar como nossos avós moravam, não é possível mais usar a cidade como sempre a usamos.
O mundo mudou e o design é um instrumento fundamental para melhorar a qualidade de vida. Desejo que em 2014 se faça mais aqui dentro.