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    Guto Requena

    O futuro da mobilidade urbana

    25/01/2015 01h30

    Max Schwitalla, 34, é arquiteto formado pela Universidade de Stuttgart, na Alemanha, e mestre pela ETH, de Zurique, na Suíça. Em entrevista, ele me explicou o que o leva a focar seu estúdio, em Berlim
    (www.studioschwitalla.org), em projetos e pesquisas sobre o futuro da mobilidade urbana –área em que Schwitalla vem ganhando atenção internacional como um dos profissionais mais inovadores.

    Pergunto o porquê de seu interesse por mobilidade urbana.

    "Quando eu era adolescente, andei muito de skate", diz. "Meu projeto final de graduação foi um novo conceito para um aeroporto urbano. Após trabalhar alguns anos em projetos comerciais de grande escala, me vi frustrado ao perceber que estamos projetando cidades para carros, não mais para pessoas."

    "Queremos aqui, no estúdio, renegociar as relações entre mobilidade urbana e o ambiente construído, desenhando cidades do futuro, focadas nas pessoas", completa ele.

    Sobre o futuro da mobilidade para grandes cidades, como São Paulo, Schwitalla diz acreditar que iremos depender cada vez menos do carro e do transporte privado e teremos alternativas que o usuário poderá escolher conforme suas necessidades.

    "Os limites entre o transporte público e privado serão menos claros. O carro compartilhado é só o começo. O futuro da mobilidade será mais tridimensional de forma a salvar espaço, como o grande aumento dos teleféricos urbanos, por exemplo."

    Divulgação
    Sao Paulo, Sao Sebastiao, Brasil 28/12/2014 - Verao no Litoral Norte - Frequentadores da praia de Maresias, Litoral Norte de Sao Paulo, aproveitam o dia de Sol. (Foto: Bruno Poletti/Folhapress, FSP-COTIDIANO)***EXCLUSIVO FOLHA***
    Projeto "Destination Collective", do Studio Schwitalla

    "Os diferentes sistemas de mobilidade e infraestrutura serão mais bem interconectados", completa. "Podemos imaginar túneis de metrô também como faixas rápidas para veículos do futuro."

    Em sua opinião, com as novas tecnologias, as cidades irão competir globalmente por qualidade de vida -e a mobilidade é um fator-chave.

    "Aplicativos e tecnologias de comunicação são a base para a inovação de infraestruturas e produtos existentes", avalia. "É absurdo que caibam quatro pessoas num carro enquanto na maior parte do tempo ele é ocupado apenas por uma pessoa. Precisamos de novos veículos urbanos, compartilhados, menores, silenciosos e livres de CO₂."

    Para ele, a tecnologia de veículos autônomos é um grande passo e virá com novas oportunidades. Um veículo para um passageiro poderia ser desenhado de forma modular, para se conectar com outros numa viagem de família, por exemplo.

    guto requena

    Escreveu até novembro de 2015

    É arquiteto graduado pela USP.

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