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    Hélio Schwartsman

    Trump e a galinha

    08/02/2017 02h00

    Yin Bogu - 4.fev.2017/Xinhua
    (170204) -- WASHINGTON D.C., febrero 4, 2017 (Xinhua) -- Un hombre sostiene una pancarta durante una protesta en contra de la orden ejecutiva del presidente estadounidense, Donald Trump, de restringir la entrada a su país a refugiados y ciudadanos de siete países de mayoría musulmana, frente a la Casa Blanca en Washington D.C., Estados Unidos de América, el 4 de febrero de 2017. El Departamento de Estado de Estados Unidos de América revirtió la revocación de visas para los extranjeros bajo un veto de viaje que fue suspendido el viernes por un juez federal. La acción se da luego de que un juez federal, James Robart, en Seattle, estado de Washington, falló el viernes que la orden ejecutiva del presidente Donald Trump sobre el veto de viaje sería suspendida en todo el país con efecto inmediato. (Xinhua/Yin Bogu) (ma) (fnc)
    Pessoas protestam em Washington contra decreto que impôs barreiras à entrada de refugiados nos EUA

    SÃO PAULO - Donald Trump às vezes parece agir como uma criança. Sugiro então que alguém da Casa Branca leia para ele a fábula 87 (índice de Perry) de Esopo, aquela que conta a história do sujeito que coletava todos os dias um ovo de ouro posto por uma ave de sua propriedade. Um dia, ávido por colocar as mãos na maior quantidade de ouro possível e convicto de que existia um tesouro dentro do animal, decidiu abrir-lhe a barriga. Só encontrou tripas e acabou ficando sem a dose diária do metal precioso.

    Minha impressão é que Trump age como o granjeiro bronco ao criar empecilhos à imigração. A atração de cérebros estrangeiros é a verdadeira galinha dos ovos de ouro dos EUA. Uma análise de James Witte, da Universidade George Mason, mostra que, de 1901 a 2015, nada menos do que 42% dos prêmios Nobel foram concedidos a pessoas que viviam nos EUA, o que explica a posição única do país em termos de produção científica e inovação, com importantes repercussões para a economia e o desenvolvimento. O interessante é que 31% dos laureados "americanos" não haviam nascido nos EUA. Na população geral, a proporção de imigrantes nunca excedeu os 15%.

    Alguém poderia argumentar que nenhum dos Nobel veio dos sete países "banidos" por Trump. Pode ser, mas a bagunça criada pelo presidente diminui a confiança no sistema. Hoje, um pesquisador de ponta com ofertas de várias universidades competitivas pode ficar tentado a optar por uma instituição não americana.

    Também é verdade que a maioria dos imigrantes não é galardoado com um Nobel. Mas é justamente a boa qualidade dos cientistas médios atraídos para os EUA que ajuda a criar as condições para que algumas equipes conquistem a láurea.

    Mesmo se considerarmos os imigrantes sem qualificação, já há uma série de estudos apontando que o país que os recebe mais ganha do que perde em termos econômicos.

    hélio schwartsman

    É bacharel em filosofia, publicou 'Pensando Bem...' (Editora Contexto) em 2016.
    Escreve às terças, quartas, sextas, sábados e domingos.

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