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    Heloísa Negrão

    As brasileiras e os perfumes doces

    11/01/2013 13h40

    A brasileira gosta de dividir o seu cheiro com quem está ao redor. Segundo Rafael Marano, perfumista da IFF, o cheiro doce do Gabriela Sabatini (número um da lista de importados mais vendidos no Brasil), seguido pelo Angel, fez escola e hoje não tem uma linha de perfumes que não traga um "docinho" no repertório.

    "É o tipo de fragrância que sempre faz sucesso nos testes com consumidores", afirma Vanessa Machado, gerente de maquiagem e perfumaria da marca Quem Disse, Berenice?, do grupo O Boticário.

    O perfumista explica que a brasileira gosta do cheiro que deixa rastro e que dure muito na pele - duas características comuns dos perfumes ditos doces, que tem baunilha, caramelo e coco (alguém ai lembrou dos splash da Victoria Secret's? A composição é a mesma).

    Mas, para o perfumista, esse reinado não deve ser eterno. Ele aposta que, depois de anos e anos de perfumes fortes, os cítricos comecem a despontar como tendência.

    Já Danielle Barbizan, avaliadora olfativa da Natura, aposta nas frutas. "Estamos deixando de ter somente os florais como as fragrâncias mais vendidas e com isto os perfumes com notas frutais vem ganhando as primeiras posições ano a ano", diz.

    Divulgação
    Perfumes Angel e Gabriela Sabatine, que estão entre os internacionais mais vendidos no Brasil
    Perfumes Angel e Gabriela Sabatine, que estão entre os internacionais mais vendidos no Brasil

    Ambos concordam que leva anos para um perfume fazer sucesso e que o mercado acaba por apostar mais em best sellers do que em criações completamente inovadoras, com notas específicas em evidência. O Angel, com sua nota que lembra algodão doce, levou 10 anos para entrar no ranking americano.

    DOCE E GRUDENTO

    Outro motivo que explica o amor das brasileiras pelo perfume forte é a duração dele na pele. Ainda que a qualidade do fixador seja o fator principal, a matéria prima usada para criar um perfume também interfere na performance do produto na pele. "Os cheiros que remetem a frescor e leveza, como as lavandas, são mais voláteis", explica Diogo Medeiros, avaliador da IFF.

    O apreço pela duração do perfume muda de acordo com a região. As argentinas não se incomodam de retocar o perfume ao longo do dia. Assim como as mulheres que vivem no nordeste do Brasil preferem usar body splash ao perfume, devido ao frescor associado ao primeiro.

    heloísa negrão

    Escreveu até setembro de 2016

    Boniteza

    É formada em jornalismo pela PUC-SP e em ciências sociais pela USP. Foi editora-adjunta de Novas Plataformas e repórter da revista sãopaulo.

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