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    Heloísa Negrão

    Cosméticos podem subir até 25% após aumento dos tributos

    21/01/2015 15h47

    Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou o aumento dos impostos para o setor de cosmético. Agora, além dos fabricantes, as distribuidoras também deverão pagar o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado). Segundo empresários do setor, o aumento da carga tributária será repassada ao consumidor final.

    Vincenzo Barrella, presidente da marca de esmaltes Hits, afirma que o preço dos seus produtos podem subir até 25% nas lojas fora do Estado de São Paulo."Cerca de 90% das minhas vendas são feitas diretamente da fábrica, ou seja, sem distribuidor, mas eu preciso deles para vender em outros Estados. Nesses casos, os distribuidores vão repassar o aumento dos tributos para o lojista e, consequentemente, isso chegará ao consumidor final".

    Leticia Moreira/Folhapress
    Esmaltes da Hits podem ficar até 25% mais caros em lojas fora de São Paulo
    Esmaltes da Hits podem ficar até 25% mais caros em lojas fora de São Paulo

    O IPI também deve afetar o preços da recém-lançada linha de maquiagem do cabeleireiro Celso Kamura. De acordo com Kentaro Inaue, diretor da TBP Cosméticos (responsável pela venda da linha Make It Easy by Celso Kamura), haverá um repasse do aumento dos tributos, mas ainda não se sabe o quanto. O cálculo será feito quando o aumento entrar em vigor.

    Segundo Inaue, "o governo está fazendo a coisa certa, é macroeconomicamente coerente. Mas para o nosso negócio fica mais difícil, vai prejudicar um pouco nossas expectativas de vendas e crescimento, além de estressar o consumidor, agravando o custo do produto e limitar [o acesso] a produtos diferenciados, que têm vantagens que hoje não encontramos no mercado nacional de cosméticos."

    IMPORTADOS

    No mesmo discurso, Levy anunciou o aumento do Imposto sobre Importação, da PIS/Cofins e da Cide (que recai sobre os combustíveis). A tríade de aumentos afetou principalmente as importadoras de produtos de beleza.

    "Nós fomos impactados em todos os aumentos. Fora o IPI e o PIS/Cofins, o aumento dos combustíveis em 22% afeta o meu custo de logística", afirma Lucas Pontes, Gerente de Marketing da Imbel, que traz para o Brasil produtos da Revlon e da Living Proof (linha de cabelos das Jennifer Aniston).

    Pontes afirma que espera um aumento de 6% a 8% no preço final dos produtos. Para 2015, segundo o empresário, a expectativa é de queda no consumo.

    A Abihpec (Associação Brasileira da Indústria da Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) ainda espera um convite do governo para debater o tema, já que a medida ainda não entrou em vigor.

    "O setor quer ter a oportunidade de mostrar que as implicações das medidas anunciadas pelo Governo, se aplicadas, prejudicarão o desempenho econômico desta indústria", disse João Carlos Basilio, presidente da associação.

    "Seguramente um aumento de tributos será repassado de forma integral para o consumidor, que será o grande penalizado", afirma Cesar Tsukuda, da Beauty Fair, em entevista ao Jornal Nacional.

    heloísa negrão

    Escreveu até setembro de 2016

    Boniteza

    É formada em jornalismo pela PUC-SP e em ciências sociais pela USP. Foi editora-adjunta de Novas Plataformas e repórter da revista sãopaulo.

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