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    Heloísa Negrão

    Jurados de disputa de make explicam como reconhecer um bom maquiador

    13/09/2015 21h22

    "Bom maquiador não pode ter preguiça", afirma Carlos Carrasco, em cima de um octógono de MMA. Ele é um dos jurados de uma batalha de maquiadores, que aconteceu durante a 11ª Beauty Fair, no comecinho do mês.

    Ao todo foram seis vencedores (três estudantes e três profissionais), nas categorias social, moda e artes cênicas. "Nossa ideia é valorizar os novos talentos. Deu um trabalhão, uma loucura, mas está valendo a pena", afirma Marcelo Lu, da Klass Vough, marca de pincéis que criou e patrocinou a "disputa".

    Os profissionais foram avaliados pelos jurados de acordo com os 17 pontos (veja na foto).

    Folhapress
    Ficha de avaliação dos jurados
    Ficha de avaliação dos jurados

    O clichê sobre pressa e perfeição é verdadeiro."Tem muita gente que faz correndo porque tem outra [cliente] na fila e é aí que se peca. Uma maquiagem perfeita demora no mínimo 40 minutos".

    Em resumo, acabamento é sutileza. "A sombra não pode ser só colocada, precisa arrastar o pincel pra lá e pra cá 500 vezes se for preciso. A passagem da cor da sombra para a pele não pode ser marcada".

    Rafah Aamir concorda. "A mulher tem de ficar com uma beleza natural, não pode estar carregada", disse o maquiador que também foi jurado da competição.

    Para Beto França, conhecimento é o que diferencia um bom profissional. É preciso conhecer muito bem os produtos, como eles agem e para qual tipo de pele (ou ocasião social) eles devem ser usados.

    Divulgação/Klass Vough
    Maquiagem com brilho nos e bastante iluminador no rosto venceu na categoria Moda
    Maquiagem com brilho nos e bastante iluminador no rosto venceu na categoria Moda

    "Sinto [nos novos maquiadores] uma falta de empenho em treinar o olhar, saber reconhecer o que é novo", diz o maquiador-jurado. França afirma que a internet é uma forte aliada para fazer pesquisas, mas precisa ser filtrada. Para ele, a maquiagem carregada da Kim Kardashian que virou febre, é algo comercial, uma jogada de marketing para que ela se diferencie, mas não é uma referência a ser seguida. "Moda traz propostas de vanguarda".

    A tendência, seguindo essa ideia, é usar o oposto das Kardashian e os makes famosos de Instagram. "As pessoas estão mais desencanadas, têm buscado mais conforto, mais contato com a natureza, andam mais de bicicleta". Na maquiagem, de acordo com França, isso se reflete em looks mais naturais ("menos artificiais"), com pele mais luminosa, menos pó, sem delineador nem cílios postiços. "Se a cor aparecer, será em um ponto só, como nos lábios", diz.

    heloísa negrão

    Escreveu até setembro de 2016

    Boniteza

    É formada em jornalismo pela PUC-SP e em ciências sociais pela USP. Foi editora-adjunta de Novas Plataformas e repórter da revista sãopaulo.

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