Sempre escuto que é bom crianças terem um companheiro de estimação. Já havia um cachorro em casa, mas ele nem percebia que eu existia. Por mais que eu tentasse brincar, ele só tinha olhos para o meu irmão.
Deixei para pedir um animal qualquer no dia do meu aniversário. Esperei superansioso, mas ganhei um livro de capa dura sobre animais.
Segurei toda a minha ansiedade até o Natal. Tentei de novo e ganhei um bicho de pelúcia.
Pensei que talvez ele chegasse no Dia das Crianças. E nada. Minha mãe disse que eu poderia ficar com a joaninha que andava pela janela, mas claro que recusei e chorei.
Eu estava quase desistindo, até que um dia apareceu o meu cãozinho. Estava assustado, sujo, cheio de pulga, fedidinho, preto e branco —apesar de eu não ser corintiano.
Não me importei com nada. Eu o abracei muito. É meu amigo e seremos grandes companheiros. Foi o início de uma grande amizade.
Acreditei então que um desejo, quando é sonhado com força, vira realidade.
| Ilustração Pedro Coelho | ||
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Tales Felizola, 11, é o colunista convidado deste mês
A cada mês, uma criança diferente escreve neste espaço sobre um tema a sua escolha.