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    Italo Nogueira

    Eleição no Rio foi oportunidade perdida para discutir chavões políticos

    05/11/2016 02h00

    Fotomontagem
    Marcelo Crivella e senador pelo PRB/RJ.2015 FOTO: DIVULGACAO ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***//RIO DE JANEIRO, RJ, 15-09-2016 - O candidato a prefeitura do Rio de Janeiro Marcelo Freixo durante um comicio no Largo da Carioca Foto: Mídia NINJA/dIVULGACAO ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Marcelo Crivella (esq.), prefeito eleito do Rio, e Marcelo Freixo, seu adversário no segundo turno

    RIO DE JANEIRO - A disputa eleitoral no Rio foi uma oportunidade perdida para a discussão de chavões que circulam no debate político sem qualquer profundidade.

    Dois candidatos que representam polos diametralmente opostos poderiam ter contribuído para aprofundar alguns desses temas, entre eles a chamada "ideologia de gênero" nas escolas.

    Seria pueril imaginar um debate franco numa disputa eleitoral. O que não impede de lamentar que Marcelo Freixo (PSOL) não tenha confrontado Marcelo Crivella (PRB) de forma objetiva sobre temas da moda conservadora.

    Pouco se sabe, portanto, o que Crivella pensa sobre "ideologia de gênero". Em seus discursos, afirma que sua eleição foi um "não" dos eleitores à prática. Como escreveu o jornalista Mário Magalhães, colunista do portal UOL, o prefeito eleito "inventa plebiscito e referendo inexistente".

    Se o embate entre os candidatos não ocorreu, a dúvida poderia ter sido esclarecida se Crivella tivesse comparecido à entrevista marcada na rádio CBN. Nela, o jornalista Antônio Gois, especialista em educação, o questionaria sobre combate ao preconceito nas escolas.

    "A Austrália acabou de anunciar que vai reforçar o seu currículo sobre igualdade de gênero e orientação sexual. No Canadá, no Japão, no Reino Unido, os países caminham nessa direção. No Brasil, por pressão de grupos conservadores, alguns de cunho religioso, essas questões são evitadas na escola", diz a introdução da pergunta não respondida.

    No debates, Freixo perdeu a oportunidade de aproximar da realidade temas caros à esquerda. Sem questionar o que seria o fim da "ideologia de gênero" no dia a dia das escolas, e defender seu ponto de vista, acabou por dar um cheque em branco ao prefeito eleito para adotar sabe-se lá que prática.

    É repórter da Sucursal do Rio desde 2006. Recebeu a Medalha Chico Mendes de Resistência (2009) e conquistou por duas vezes o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo (2009 e 2014)

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