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    Jaime Spitzcovsky

    Cães contra o terror

    28/04/2013 02h30

    O ataque terrorista na maratona de Boston levantou, de imediato, perguntas sobre os autores, a motivação e o modo de agir. Mas as investigações, já no começo, trabalhavam com a hipótese de que as bombas haviam sido colocadas pouco tempo antes de serem detonadas. Apenas uma hora antes de os primeiros corredores atravessarem a linha de chegada, cães farejadores tinham realizado uma varredura na região, a segunda no mesmo dia.

    Ilustração Tiago Elcerdo

    O terrorismo do século 21 enfrenta o fortalecimento de uma parceria de milênios. Forças de segurança, em especial nos EUA, recorrem cada vez mais a aliados caninos. Em conflitos como os do Iraque e do Afeganistão, cães passaram a se embrenhar ao lado de tropas de elite norte-americanas.

    Ganharam o apelido de "cães de guerra" e, com o atentado de Boston, viraram tema do célebre "60 Minutos", um dos programas jornalísticos mais tradicionais da TV norte-americana. O documentário, disponível na internet, alinhou imagens e informações impressionantes sobre mascotes levadas a missões de alto risco e descritas como a "elite" do mundo do adestramento.

    Numa das cenas, o primeiro-sargento Chris Corbin saltou de paraquedas com Ax, companheiro de quatro patas que o acompanhou por três anos numa zona de combate no Afeganistão. A jornalista perguntou ao boina-verde se o cão aprovava a experiência do salto. "Ele [Ax] só quer fazer o que eu estou fazendo, é só para isso que ele liga", respondeu Corbin num tom militar.

    O adestrador Mike Ritland, ex-integrante de uma unidade de operações especiais, falou sobre raças mais utilizadas. Mencionou pastor-belga malinois, pastor-alemão
    e pastor-holandês. Contou ainda ter criado uma organização para cuidar dos cães militares a partir do momento em que se aposentam. Certamente seria melhor aposentar animais usados em missões de paz do que em missões de guerra.

    jaime spitzcovsky

    Jornalista, foi correspondente da Folha em Moscou e em Pequim. Na coluna, fala sobre relações internacionais, com atenção especial ao Oriente Médio. Escreve às segundas, a cada duas semanas.

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