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    Jaime Spitzcovsky

    Alarmes e milênios de parceria

    24/05/2015 02h00

    Bem-vindos Sushi e Sashimi. Acabamos de agregar à nossa fauna um casal de gansos e passamos os dias iniciais do convívio encantados com os primeiros palmípedes do sítio.

    Há tempos namorava a ave. A sedução começou com a beleza, a postura elegante e as penas majestosas, variando do branco ao preto, passando por vários tons de marrom. O bico também pode variar de cor, embora o alaranjado seja o mais comum. Na pesquisa, encontrei variações em tom bem escuro.

    Flertei ainda com a ideia da guarda. Gansos podem receber o apelido de sinaleiro, devido ao trabalho, feito com eficiência, de alertar para a presença de estranhos em seu território. Não raro investem contra o intruso, desferindo bicadas. E ninguém pode reclamar da falta de aviso. O animal estufa o peito, abre as asas e grasna intensamente, com sua inconfundível voz metálica.

    Gansos também substituem roçadeiras. São impetuosos na hora de comer e deixam "terra arrasada" onde circulam, alimentando-se das mais diferentes plantas.

    Rusticidade é uma palavra adequada para descrever hábitos alimentares e as exigências de manejo do bicho.

    Sushi e Sashimi formam um casal jovem e parecem bastante habituados à presença humana. No primeiro dia, limitaram-se a caminhar por uma pequena fração do espaço à disposição. Acho que ainda se sentiam inseguros e queriam entender o que eram aqueles olhos caninos observando-os do outro lado da tela.

    Os gansos ciscavam, puxavam um matinho. Aceitaram um pouco de couve e de quirera. Mergulharam cabeça e pescoço na piscina. Certamente, estavam mais preocupados em reconhecer terreno do que em se alimentar.

    Passado o período de adaptação, Sushi e Sashimi vão virar guarda pretoriana das galinhas, cuja chegada se dará em breve.

    Demorei a descobrir um aliado importante, coisa que os antigos egípcios já tinham percebido milênios atrás.

    jaime spitzcovsky

    Jornalista, foi correspondente da Folha em Moscou e em Pequim. Na coluna, fala sobre relações internacionais, com atenção especial ao Oriente Médio. Escreve às segundas, a cada duas semanas.

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