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    Jaime Spitzcovsky

    Compre 1, leve 7

    21/06/2015 02h00

    Entrei na loja empolgado pela nova fase do amor emplumado. Estou fascinado desde a inauguração do galinheiro, com direito a abrigar um casal de gansos. Queria, portanto, aumentar a população com bico e asas.

    No caminho, após uma longa pesquisa, vinha matutando se traria alguma galinha ornamental, porque iniciei o capítulo aviário com uma turma de poedeiras muito simpáticas, mas com plumagem pouco exuberante. Mirava também os marrecos, como companhia de natação dos gansos.

    Quando adentrei o espaço de animais à venda, não resisti, de início, a dar uma voltinha no setor de coelhos. São, a meu ver, donos de um carisma ímpar. Em especial a Mirtes.

    Ilustração Tiago Elcerdo

    A coelhinha na gaiola veio em minha direção. Mostrou tranquilidade e me deixou acariciá-la. Amor à primeira vista. E antes de procurar as aves, já tratei de comunicar a decisão de compra. Não queria escolher novos moradores do sítio sob o risco de perder a Mirtes.

    Comprei um casal de marrecos corredores indianos. Movimentam-se com rapidez e num passo que lembra o pinguim.

    Entramos todos no carro. Era uma sexta-feira, dia de mais tráfego, e por isso queria voltar ao sítio antes da hora do rush. Em trinta minutos, estávamos em casa.

    Mirtes não demorou a adaptar-se ao novo coelhário e às companhias do Maneco, da Lili e da Popó. Mas, a partir de um certo momento, escolheu um canto para se aconchegar.

    Na manhã seguinte, o funcionário do sítio me convocou em situação de urgência. Petrifiquei. Imaginei uma briga entre os coelhos.

    Felizmente, errei.

    Ao chegar, deparei com a Mirtes e sua ninhada. Lembrei-me de haver, nas redondezas, uma fazenda com criação de coelhos. Lá, descolei uma caixa-maternidade e as instruções pós-parto. O próximo passo é projetar a ampliação do coelhário, com capacidade para abrigar os seis filhotes. E também aprender a identificar uma coelha prenhe.

    jaime spitzcovsky

    Jornalista, foi correspondente da Folha em Moscou e em Pequim. Na coluna, fala sobre relações internacionais, com atenção especial ao Oriente Médio. Escreve às segundas, a cada duas semanas.

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