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    Jaime Spitzcovsky

    Tártaro, algas e saúde bucal

    27/09/2015 02h00

    Boris, com seu corpanzil de 75 quilos, é o meu "gigante gentil": um dogue alemão muito afável. Nunca havia convivido com a raça, pela qual me apaixonei.

    Certa vez, porém, ouvi de uma criadora a frase responsável por martelar minha mente: "A vida curta desses animais de grande porte impõe preço alto a seus admiradores".

    Anos atrás, a expectativa média de vida de um dogue alemão girava entre meros seis e oito anos. Os avanços da medicina veterinária e cuidados mais intensos dos tutores elevaram a longevidade para 12, e alguns criadores sustentam ter registrado a invejável marca de 15.

    Ilustração Tiago Elcerdo

    Portanto, cuidar da saúde do Boris sempre ocupou lugar de destaque numa matilha repleta de jovens e resistentes vira-latas. Após cada refeição, mantenho os mascotes nas baias por ao menos 45 minutos, para afastar estresse e o risco da muitas vezes letal torção gástrica. Essa situação de emergência incide com mais frequência sobre animais maiores, como os dogues alemães.

    De um veterinário amigo, a quem pedi dicas sobre medicina preventiva, ouvi o alerta para ter cuidado especial com a saúde bucal. Comecei tentando a escovação, mas o bochechudo mostrava pouca disposição em manter a boca aberta, apesar do atraente sabor de carne do dentifrício canino. Gastei escovas e dedeiras sem muito sucesso.

    Encontrei no mercado um gel antitártaro. Relutante, Boris aceitava a manipulação em sua boca, mas mostrava certa rejeição ao sabor do produto. Ainda não havia encontrado a fórmula mais adequada.

    Optei pela remoção de tártaro na clínica veterinária, com Boris sob efeito de anestesia. Pondero, no entanto, se poderei continuar nesse caminho, com medo de submeter o cão ao procedimento quando estiver com idade mais avançada.

    Descobri um produto, ainda em fase de testes com o Boris: um pó à base de algas marinhas que basta jogar na ração. Sem dúvida, procedimento mais fácil na hora de manipular um "gigante", ainda que gentil.

    jaime spitzcovsky

    Jornalista, foi correspondente da Folha em Moscou e em Pequim. Na coluna, fala sobre relações internacionais, com atenção especial ao Oriente Médio. Escreve às segundas, a cada duas semanas.

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