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    Jaime Spitzcovsky

    O elixir da juventude

    01/10/2015 02h00

    A história invadiu minha caixa postal e, em meio a inúmeras informações que costumo receber sobre o mundo canino, capturou minha atenção de imediato. Não seria diferente com tantos outros apaixonados pelos cães. Afinal, o título do texto apontava para um antigo desejo nosso: mascotes com expectativas de vida mais longas.

    Cientistas norte-americanos pesquisam atualmente uma droga chamada rapamycin, integrante da longa lista de experiências antienvelhecimento. Inicialmente utilizada para evitar a rejeição a órgãos transplantados, ela entrou na mira de laboratórios em busca do elixir da juventude e mostrou resultados positivos em camundongos.

    Cães de grande porte entraram na fase seguinte da experiência, pois o envelhecimento nessas raças ocorre em ritmo acelerado. Resultados mais concretos devem surgir em três ou quatro anos, alimentando a expectativa por uma nova etapa: o estudo do impacto em humanos.

    Ilustração Tiago Elcerdo
    #ARSAO0111 BICHOS

    Apaixonado que sou por dogues alemães, "gigantes gentis" que vivem ao redor de uma década, devorei as informações sobre a alquimia moderna com um fio de esperança. Gostaria muito de prolongar o convívio com Boris, meu companheiro com peso de 75 quilos.

    O tema é polêmico. Há o medo, totalmente pertinente, dos efeitos colaterais de eventuais fontes da juventude. Existe também o questionamento ético sobre alterar mecanismos biológicos.

    Em entrevista ao site "MIT Technology Review", o biólogo Matt Kaeberlein comentou a preocupação de sua equipe em não impor sofrimento aos participantes dos testes. "A última coisa que queremos fazer é prejudicar a saúde dos pets", disse o cientista.

    Não ouso entrar no debate científico ou no filosófico sobre a busca por mecanismos antienvelhecimento. Como leigo, sei apenas que desejo conviver o máximo possível com mascotes cujas vidas costumam ser bem mais breves que as nossas. Torço pela chegada do tal elixir.

    jaime spitzcovsky

    Jornalista, foi correspondente da Folha em Moscou e em Pequim. Na coluna, fala sobre relações internacionais, com atenção especial ao Oriente Médio. Escreve às segundas, a cada duas semanas.

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