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    João Amoêdo

    Um pequeno dicionário para a política

    07/08/2017 07h21

    Alan Marques 03.out.2014 / Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 03.10.2014. às 10H20. Fac-simile da urna eletrônica que será usada no próximo domingo é exposta na entrada do auditorio do TSE. O Tribunal Superior Eleitoral promove encontro para apresentar o processo eleitoral brasileiro para os observadores internacionais das eleições de 2014. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    Urna eletrônica usada durante as eleições

    Um dos principais problemas do nosso quadro politico atual é a falta de representatividade. A política, que deveria ser uma oportunidade de prestação de serviços à comunidade, se transformou em um ótimo emprego. É uma função que tem estabilidade, muitos benefícios, nenhuma cobrança e onde muitos apresentam —como principais qualificações— algum carisma e muito cinismo.

    Neste quadro, o apego ao cargo e o desejo de perpetuação é tão presente que parte considerável dos nossos representantes deturpam o significado de algumas palavras ou frases que utilizam com frequência, com a intenção de mascarar a verdade.

    Baseado nessa constatação e para fazermos as escolhas conscientes em 2018 é importante entender o correto significado das expressões.

    Seguem alguns exemplos:

    • Agenda positiva: medidas de curto prazo, nem sempre positivas, destinadas a melhorar os níveis de aprovação do governo.
    • Campeões nacionais: empresas brasileiras que obtém benefícios em troca de doações a partidos e políticos.
    • Cidadão: indivíduo que trabalha mais de cinco meses por ano para pagar impostos e recebe serviços públicos de péssima qualidade.
    • Custo da democracia: justificativa para meter a mão no seu bolso visando obter recursos, de forma compulsória, para financiar campanhas políticas daqueles que você voluntariamente não apoiaria.
    • Debate eleitoral: evento centrado em ataques pessoais, onde não se discute propostas para o país. Geralmente, aquele que mais distorce os fatos e da forma mais convincente é o vencedor.
    • FDD - Fundo Especial de Financiamento da Democracia: fundo criado com dinheiro dos nossos impostos para estabelecer a ditadura dos partidos.
    • FGTS, uma conquista do trabalhador: empréstimo compulsório realizado pelo trabalhador para o governo a taxas abaixo de mercado.
    • Fidelidade: submissão temporária em troca de algum privilégio fornecido pelo outro, sempre às custas do pagador de impostos.
    • Golpe: palavra de ordem para reunir a militância
    • Horário eleitoral gratuito: propaganda política que custa aproximadamente R$ 800 milhões aos cofres públicos.
    • Legado: obras faraônicas, superfaturadas e abandonadas.
    • Liberdade do indivíduo; conceito desconhecido pelos políticos, que entendem que devem apenas nos "proteger".
    • Medidas impopulares: ações necessárias que retiram privilégios de determinados grupos para que não se onere as próximas gerações.
    • Perseguição política: condenação, dentro da legalidade, por crime de corrupção.
    • Político: cargo, praticamente vitalício, com liberdade para obter privilégios e com milhares de súditos para pagar as suas contas.
    • Presidenta: termo incorreto para designar um presidente do sexo feminino e que também identifica o alinhamento ideológico do usuário.
    • Setor estratégico: desculpa utilizada para manter uma empresa estatal, que não traz nenhum beneficio para a população, e é comumente utilizada pelos políticos para a venda de favores.
    • Tesouro Nacional: instituição citada quando o governo quer iludir o cidadão de que o custo daquela ação não sairá do seu bolso.

    A renovação política em 2018, não pode ser apenas de nomes, ela deve ser principalmente de ideias e atitudes. Precisamos de representantes de fato, com coerência e princípios para que tenhamos uma comunicação verdadeira, sem necessidade de traduções.

    joão amoêdo

    Escreveu até dezembro de 2017
    joão amoêdo

    Fundador do Partido Novo. Formado em engenharia civil e administração de empresas, foi sócio do banco BBA e vice-presidente do Unibanco. É sócio do instituto Casa das Garças.

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