Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Acorda! Todo mundo votando! Ops, vomitando!
Eu sou abstêmio, mas quero votar embriagado: prefiro acordar de ressaca que de remorso. Rarará!
Agora é hora de encarar a urna eletrônica. O microondas eleitoral. O microondas cívico. Bom pra estourar pipoca.
Você escolhe o candidato, aperta descongelar ou pipoca, e a urna apita. Pra votar na Dilma, aperta Carne Moída. Ela tá parecendo um hamburgão.
Pra votar no Aécio, aperta descongelar. Pra votar na Marina, tem que ir na gôndola de orgânicos do Pão de Açúcar. Pra votar no Eduardo Jorge, você aperta um e tecla verde. Aperta o verdão. Rarará!
E pra votar no Pastor Everaldo não é urna eletrônica, é cédula!
E não se esqueça: tem que levar um documento com foto. A foto é de 1930 e a cara é de 2014! Não adianta nada!
E a preguiça? Não tem drive-thru pra urna eletrônica? Você entra de carro, grita o número e joga ketchup.
E tem que levar cola. Minha vizinha vai levar cola viva, a neta!
E um amigo levou a cola no bolso e, quando viu, era a lista do supermercado: seis papaias, granola e um engradado de cerveja. Foi o melhor voto da vida dele.
E não dá pra votar por telefone? Não tem um 0800? Tipo "Big Brother"? E eu vou ficar com saudades dos nanicos.
O Eduardo Jorge é assim: ninguém vota, mas todo mundo gosta. Vai ser presidente da Terra dos Gnomos Verdes.
E um leitor me disse que viver em Cuba deve ser como morar num condomínio cuja síndica é a Luciana Genro. Que tá a cara da Chiquinha do "Chaves".
E o Pastor Everaldo é do tempo da gonorreia, da Grapette, do chiclete Ping Pong e da Guerra Fria.
E o Levy Sifu...delix! Vou ficar com saudades dos nanicos. A gente cria apego! E pro segundo turno a Marina aceita ser dublada pelo Cid Moreira. Rarará!
E hoje quero ser o primeiro da fila. Tipo caixa eletrônico. Vou acordar o mesário.
E para terminar, os versos do poeta pernambucano: "Eleição é apenas o dia marcado/ para o povo abestalhado/ escolher a marca da vaselina/ com que vai ser enrabado". Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Começou a cursar direito na USP em 1969, mas logo desistiu. Foi para Londres, onde fez alguns bicos para a BBC. Considera sua coluna um telejornal humorístico. Escreve de terça a domingo.