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    Juca Kfouri

    Quem tem medo do Japão?

    15/06/2013 03h00

    Todos têm medo do Japão. Ou respeito.

    Zico, por exemplo, que conhece bem o futebol daquelas bandas, chega a dizer que será o jogo mais duro entre brasileiros e japoneses em todos os tempos. Tempos que registram nove jogos, com sete vitórias nacionais e dois empates, curiosamente em duas Copas das Confederações, em 2001 e 2005 -- 0 a 0, em Kashima, e 2 a 2, em Dortmund.

    Das sete vitórias, a única em jogo oficial foi na Copa do Mundo de 2006 e por fáceis 4 a 1, apesar de muito se dizer e escrever, então, sobre os perigos daquele jogo.

    Você sabe que o Japão tem no jogador do Manchester United, cujo sobrenome, Kagawa, já causou os acessos de riso possíveis em nossos locutores, sua grande estrela, secundado por Honda.

    O meia Shinji Kagawa é chamado de o "Messi japonês", e Keisuke Honda, também meia que chuta bem de fora da área, não é herdeiro da fábrica e joga no CSKA Moscou.
    Sim, o Japão, organizado e rápido, apesar de ainda um pouco ingênuo, assusta à medida que a hora do jogo se aproxima.

    A hora do jogo, aliás, ou as horas que faltam para o jogo, às 16h de e em Brasília, não serão suficientes para adaptar os rivais ao fuso, porque os japoneses chegaram no meio da tarde da quarta-feira do Qatar, onde enfrentaram e venceram o Iraque no dia anterior, depois de uma viagem de 17 horas e com diferença de seis para o Distrito Federal, somadas às outras seis do Japão.

    Correrão como sempre, marcarão sem parar, perderão como quase sempre, empatarão como poucas vezes ou vencerão como nunca?

    Quanto valerá o melhor entrosamento do time oriental, em regime, contra o time nacional ainda em construção?

    A resposta teremos logo mais, sabendo por antecipação que uma derrota brasileira não será nada parecido com Hiroshima ou Nagasaki, embora possa ter o efeito de aumentar as desconfianças do torcida.

    Lembremos que, na estreia da Olimpíada de Atlanta, em 1996, sob o comando de Zagallo, com Dida e Aldair, que trombaram, Roberto Carlos, Rivaldo, Bebeto e Ronaldo Fenômeno em campo, os nipônicos surpreenderam e ganharam pela chamada contagem mínima.

    Pode se repetir nesta estreia na Copa das Confederações? Pode, tudo pode em futebol. Mas não quero crer.

    juca kfouri

    Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.

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