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    Juca Kfouri

    7 a 2 ou 1 a 1

    22/01/2015 02h00

    Ao vetar o refinanciamento da dívida dos clubes em 20 anos e sem mudança no modelo de gestão, Dilma Rousseff não apenas cumpriu com a palavra empenhada junto ao Bom Senso FC (BSFC), mas sinalizou que quer mudanças para valer no futebol e no esporte brasileiros.

    Se significou a maior derrota da CBF desde os 7 a 1, representou também o primeiro gol para amenizar a goleada.

    Agora, a toque de caixa como quer o governo federal, e sob a coordenação da Casa Civil, os ministérios da Justiça, da Previdência Social, da Fazenda e do Esporte, além do BSFC, CBF, especialistas e jornalistas, comporão um conselho para definir, baseado no que já foi feito em torno da Lei da Responsabilidade Fiscal do Esporte, a proposta final a ser submetida ao novo Congresso Nacional.

    O reconhecimento formal do BSFC fortalece o movimento dos jogadores e a indicação de Edinho Silva para Autoridade Pública Olímpica (APO) revela a vontade política de mudar para valer o status quo de nosso esporte, quem sabe o gol de empate, o do 1 a 1, depois da montagem de um ministério do Esporte ainda menos relevante que o anterior.

    Ex-prefeito eleito e reeleito de Araraquara, presidente do PT paulista, tesoureiro da última campanha de Dilma Rousseff, Silva não cai de paraquedas no esporte, ao contrário do que se possa supor.

    Sociólogo elogiado por seus professores e professor elogiado por seus alunos, ele foi o responsável por produzir alentada reflexão sobre o caminho que o governo deveria percorrer para tirar o Brasil da Idade da Pedra em termos de política esportiva.

    Com carta branca dada pela presidenta para formular o legado esportivo da Rio-16, Edinho Silva tem plena consciência da sua responsabilidade e da expectativa criada em torno dele por substituir o discreto general Fernando Azevedo e Silva como APO a pouco mais de um ano da Olimpíada.

    De boas intenções, sabemos todos, o inferno está repleto e de promessas não cumpridas nós é que estamos cheios.

    Ao menos, desta vez, neste 2015 pra lá de problemático, o esporte começa com uma promessa cumprida fielmente, apesar de todas as pressões, por Dilma Rousseff e pelo ministro Aloísio Mercadante: o veto ao novo engodo que a CBF e a bancada da bola quiseram impor ao país.

    Não é nada, não é nada, é um gol.

    O do 7 a 2 e o do 1 a 1.

    Desesperar jamais!

    DUDU PERU

    De todas as contratações do início da temporada, a de Dudu, pelo Palmeiras, é a mais relevante.

    Não que ele vá mudar o patamar técnico do time alviverde, embora seja reforço promissor.

    Mas pela importância simbólica que significa em torno do amor próprio palmeirense. O chapéu nos dois rivais do Trio de Ferro, por mais que ambos tentem disfarçar a dimensão, se não foi mexicano foi, sem dúvida, nobremente italiano.

    Osmar Santos celebrizou, entre outras tantas expressões, a "du du peru" para festejar um grande gol, uma ótima jogada e, por que não, uma contratação de peso.

    juca kfouri

    Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.

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