A pré-temporada dos grandes com cara, de fato, de pré-temporada, permitiu ao Trio de Ferro estrear sem sustos diante dos pequenos que costumavam endurecer nas primeiras rodadas, beneficiados por voltar aos treinos muito antes dos grandes.
Exceção feita à vitória do São Paulo sobre o Penapolense sob um sol inclemente há quase 500 quilômetros da capital, com um grau de dificuldade razoável, Palmeiras e Corinthians passaram de passagem pelo inibido Audax e o frágil Marília.
Os dois rivais que farão o primeiro Dérbi da Arena Palmeiras no domingo que vem receberam 25 mil torcedores em suas casas na rodada inaugural e os contemplaram cada um com três gols, a exemplo do que fez o São Paulo em Penápolis.
Se foram vitórias indiscutíveis, empolgante mesmo só o primeiro tempo do Palmeiras, com 45 minutos quase perfeitos do argentino Allione e com um 3 a 0 que não foi o dobro por detalhe – e por um gol desperdiçado por Maikon Leite que será candidato ao gol mais perdido deste ano. Menos mal que, em seguida, ele se redimiu ao fazer o terceiro gol da equipe alviverde para desfazer a má impressão.
Quando o Audax diminuiu para 3 a 1 o jogo já estava acabado e o segundo tempo cauteloso do Palmeiras não empalideceu a bela exibição do período inicial.
Já o Corinthians jogou evidentemente com duas preocupações: ganhar ritmo para a partida que realmente importa, depois de amanhã, na Arena Corinthians, contra o Once Caldas, da Colômbia, pela pré-Libertadores, e evitar contusões ou desgaste excessivo.
Deu tudo certo. O 1 a 0 dos 45 minutos iniciais convenceu e o 3 a 0 final, sem forçar, mostraram Renato Augusto e Jadson em tarde feliz e novo gol de Guerrero. De quebra, o bom negócio da venda do pálido uruguaio Lodeiro para o Boca Juniors, da Argentina.
Quem sofreu mais foi o São Paulo, por causa do calor. Depois de Manaus, Penápolis, porque a vida é dura.
Mas além do 200º gol de Luís Fabiano, o são-paulino tem a comemorar mais uma atuação decisiva de Michel Bastos, o polivalente que veio da Roma e não por acaso tem o apelido de Coringa.
Ontem ele abriu o placar e deu o passe para o segundo gol tricolor, o do 2 a 0.
Quando as coisas pareceram que ficariam complicadas, com o tento do Penapolense ao faltarem 12 minutos para o jogo acabar, eis que mais uma vez o São Paulo revelou-se eficaz e, em vez de se limitar a defender o resultado, foi à frente e fez o 3 a 1.
Com sorte? Sim, com a sorte de Muricy Ramalho que acabara de trocar Carlinhos por Reinaldo e viu o substituto ir à linha de fundo para cruzar a bola que, desviada na zaga adversária, liquidou o jogo.
O Paulistinha poderá ser uma oportunidade para o Trio de Ferro aprimorar as pré-temporadas que cada um dos três times teve neste 2015.
Para Corinthians e São Paulo com vistas à Libertadores.
Para o Palmeiras em busca de entrosar a legião de jogadores que contratou com mais competência do que em 2014.
Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.