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    Juca Kfouri

    Casa verde alvinegra

    09/02/2015 02h00

    DOIS MISERÁVEIS toques de Vitor Hugo permitiram a Petros chegar antes que Fernando Prass na bola e passá-la a Danilo, em tarde de Zidanilo, para botar o Corinthians na frente do Palmeiras no 345º dérbi e dar a 120º vitória alvinegra, no primeiro clássico na nova casa esmeraldina.

    O Palmeiras ainda tem uma vitória de vantagem na história, mas, ontem, esteve longe dela.

    Mesmo contra um Corinthians mesclado, o desentrosado Alviverde deu pouco trabalho, a rigor uma única grande defesa de Cássio e outra de Walter.

    Em compensação, levou bola na trave e sucumbiu diante do toque de bola alvinegro, fruto de um time sem nenhuma ansiedade, ao contrário do rival.

    Ainda sem Arouca, ainda sem Cleiton Xavier, sem Valdivia e com Dudu em fase de adaptação, talvez Zé Roberto, embora eleito o melhor lateral esquerdo do Campeonato Brasileiro passado, devesse ter jogado no meio-campo, para tentar organizar o principal defeito da equipe, a insegurança na saída de bola.

    Mas Cássio fez cera e acabou expulso no segundo tempo.

    A exemplo do que fizera no jogo com o Once Caldas quando ficou com um a menos, Tite estacionou o ônibus corintiano à frente da área e passou a especular em torno de um contra-ataque definidor, como Mendoza, a versão colombiana de Jorge Henrique, teve nos pés e Prass impediu.

    Com Dudu em campo já desde o início do segundo tempo, e as entradas de Alan Patrick e Rafael Marques, só restava ir para pressão.

    Que quase deu certo com Lucas, à queima-roupa, mas foi a vez de Walter evitar, com o pé esquerdo.

    O Corinthians cozinhou o jogo e, de certa forma, a expulsão de Cássio foi ruim para o Palmeiras, porque permitiu ao Corinthians se recusar a jogar, o que não faria com 11 contra 11.

    Há muito o que fazer no Parque Antarctica, muito mais do que falta em Parque São Jorge.

    Para tristeza dos anfitriões o grito que ecoava ao fim do jogo em sua casa era o dos corintianos: "Bi mundial!". Faz parte.

    BRUCUTUZINHOS

    Não ser campeão sul-americano sub-20 não é importante. Importante, nos torneios das categorias de base, é revelar talentos, é proporcionar esperanças para o futuro próximo.

    Terminar em quarto lugar como terminou a seleção brasileira no campeonato no Uruguai também não chega a ser uma catástrofe, embora, aí, seja preocupante.

    Agora, levar de 3 a 0 dos meninos colombianos dá a medida do que a CBF está fazendo com nosso futebol.

    Porque ruim mesmo é ver em um time, como o brasileiro, em que os brucutus jogam e os mais habilidosos ficam no banco, demonstração da ideologia de um treinador que busca em seus comandados jogadores à sua imagem e semelhança.

    Se Dunga jamais foi um virtuoso, não se negue a ele uma carreira exemplar, jogador essencial para a conquista do tetracampeonato nos Estados Unidos, entre outras façanhas.

    Já Alexandre Gallo foi apenas um brucutu que agora adestra brucutuzinhos.

    Seria melhor criando galinhas.

    juca kfouri

    Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.

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