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    Juca Kfouri

    A energia de Camp Nou

    23/03/2015 02h00

    Ah, o Futebol! Com Camp Nou tomado pela paixão da Catalunha, o Barcelona saiu na frente e desenhou o roteiro ideal para distanciar-se do rival na tábua de classificação do Campeonato Espanhol.

    Mas em noite pouco inspirada de Leonel Messi, e depois de um dominada em falso de Neymar que o fez desperdiçar o segundo gol, o francês Karin Benzema deu um passe de calcanhar para Cristiano Ronaldo empatar e fazer justiça ao desempenho muito mais dinâmico do Real Madrid, que mandara uma bola na trave antes e tivera um segundo gol, do galês Gareth Bale, anulado por um impedimento milimétrico do craque português.

    Marcelo jogava uma barbaridade com a camisa merengue e o time madridista começou o segundo tempo no mesmo diapasão, bem melhor que o anfitrião.

    Mestre Tostão tinha dito que o trio atacante sul-americano do Barça o fascina mais que o do Real, por mais "artístico". Modestamente, assino embaixo.

    Mas o toque genial do primeiro tempo foi de Benzema, de origem argelina.

    Ah, o futebol!

    Se nos primeiros 55 minutos o time mais ligado era o da capital espanhola, a partir do 56º, quando Daniel Alves, que havia sido homenageado com um drible estonteante de Marcelo na etapa inicial, fez um lançamento extraordinário para o uruguaio Luis Suárez botar seu time outra vez na frente.

    Daí em diante, o Barcelona empassat, literalmente empassat (engoliu, em catalão), o adversário.

    Foram pelo menos seis chances claras de gol, duas delas nos pés de Messi, outras duas nos de Neymar e mais duas com Suárez e Alba.

    A tomada havia mudado de mãos porque os donos da casa trocaram a fonte e a puseram a seu favor, como seria mesmo de se esperar.

    NO PAULISTINHA

    Francamente, impossível destacar os jogos do fim de semana em São Paulo.

    E olhe que o líder invicto Santos protagonizou dois lances de almanaque no Pacaembu, pena que para menos de 10 mil pagantes, na vitória de 1 a 0 sobre o Audax.

    Ricardo Oliveira fez um golaço ao chapelar o goleiro e Robinho deu uma caneta magnífica num adversário tão desmoralizante que ele se desculpou com a vítima.

    Já o outro invicto, o Corinthians, coitado, foi obrigado a levar seu valioso elenco para um pasto encharcado em Capivari.

    Nem o mais fanático dos torcedores pode ter curtido aquilo que aconteceu no 3 a 2 contra o Capivariano.

    NO CARIOQUINHA

    Se lá em cima a menção é à energia do Camp Nou, cá embaixo não poderia faltar menção à do Maracanã.

    Engalanado em noite de Flamengo e Vasco, o novo templo lembrou o velho porque um Clássico dos Milhões é um Clássico dos Milhões.

    Como desde o 7 a 1 as coisas andam feias para o nosso futebol, o que poderia ser um jogo para rivalizar com o da Catalunha foi atrapalhado pela tempestade que até abriu o marcador para o Flamengo.

    Verdade que os 22 jogadores no gramado somados não valem um Messi, um Ronaldo, um Neymar ou um Bale.

    Mas São Pedro poderia ter colaborado.

    juca kfouri

    Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.

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