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    Juca Kfouri - Marcelo Quaz

    De placa!

    29/03/2015 02h00

    Só na quinta-feira, enfileirando os jogos das 17h, 19h30 e 21h, foram 16 gols: quatro no Stade de France, oito na Arena Corinthians e mais quatro em Moisés Lucarelli. Alguns belíssimos, como o de Crislan, do Penapolense, o primeiro dos três do time interiorano, de cavadinha, por cobertura sobre o gigante Cássio do Corinthians que vencia por 5 a 0.

    Os ex-santistas Neymar e Rildo também fizeram belos gols contra a França, pela seleção brasileira, no 3 a 1 em Paris, e contra o Santos, pela Ponte Preta, no 3 a 1 em Campinas.

    O Penapolense marcou sua passagem pela capital paulista transformando um massacre num resultado honroso diante do único invicto que sobrou no Paulistinha, pois a Ponte acabou com a invencibilidade santista, e a seleção brasileira deixou registrada a visita à capital francesa com uma vitória também categórica que acabou com diversas escritas como a rara leitora e o raro leitor já estão cansados de ler e ouvir: a seleção bleau-blanc-rouge vinha invicta desde a Copa no Brasil, a verde-amarela jamais havia ganho em Saint-Dennis etc. etc. etc.

    Ganhou e bem, não para vingar 1998 nem para esquecer o 7 a 1, duas missões impossíveis.

    Ganhou porque os brasileiros sempre foram melhores que os franceses, mesmo que haja equilíbrio nos confrontos diretos e vantagem tricolor em jogos de Copa do Mundo.

    Ganhou porque o time brasileiro é bom, mesmo que não encante com só um fora de série, o capitão Neymar.

    É provável que ao ler estas linhas você já tenha visto o jogo da seleção de Dunga contra a do Chile, em seu oitavo jogo desde a volta como técnico à CBF, e é possível que a série de sete vitórias até tenha sido interrompida, porque esta hora chegará.

    Vale, porém, lembrar que a seleção não reflete o futebol que se joga no Brasil, por mais que o jogador brasileiro seja capaz de pregar peças fabulosas.

    Aqui, e enfim, vamos ao que deu mote a esta coluna.

    O gol de Robinho, não o Robinho que fez falta ao Santos em Campinas e ficou no banco em Paris.

    O Robinho branco, o do Palmeiras, que veio do Coritiba, como Alex, o genial Alex que fez gol de chapéu em Rogério Ceni, num dia 20 de março de 2002, em pleno Morumbi, depois de já ter chapelado o zagueiro Emerson, para estupefação de 50 mil torcedores.

    Eis que 13 anos e cinco dias depois, outra vez os palmeirenses comemoram um gol antológico em cima do goleiro são-paulino, o que, aliás, apenas o engrandece –apesar de ele não querer gravar um depoimento sobre o chapéu para o documentário que está sendo produzido sobre Alex.

    Se o Morumbi não registra com placa o gol fenomenal como o Maracanã fez com o de Pelé, em 1961, também em março, no dia 5, e também pelo Rio-São Paulo como o de Alex, contra o também tricolor Fluminense, cabe à direção palmeirense homenagear o feito na nova casa, assim como Pelé fez ao ver Marcelinho Carioca marcar um golaço no filho Edinho, na Vila Belmiro, em 1996.

    juca kfouri

    Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.

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