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    Juca Kfouri

    Do oito ao infinito

    30/03/2015 02h00

    O oito, deitado, leva ao infinito.

    Em pé, mas com a bola e as chuteiras no chão, a oitava vitória seguida em oito jogos da seleção brasileira desde que reassumida por Dunga, indica que o time está no rumo certo para readquirir o prestígio abalado pela humilhação dos 10 gols sofridos nos dois derradeiros jogos da Copa no Brasil.

    Se foi possível após a Copa de 1966, quando o vexame foi menor, mas também significativo, porque nem às oitavas a seleção chegou, não há por que duvidar que agora também seja.

    Vem aí a Copa América, que não comove o torcedor brasileiro, embora, desta vez, tenha condições de apresentar bom nível técnico, apesar de os anfitriões chilenos terem um volante como Medel, da Idade da Pedra. E apesar de o jogo de ontem, em Londres, ter sido muito ruim, a ponto de a primeira defesa de um goleiro ter acontecido já aos 21 minutos do segundo tempo, de Jefferson, após cobrança de falta.

    Com meia dúzia de alterações em relação ao time que venceu a França (8ª no ranking Fifa), a seleção brasileira (6ª) passou o primeiro tempo inteiro sem correr riscos e sem botar o Chile (15º) em perigo.

    Ambos os goleiros só apareceram na etapa inicial ao driblar atacantes para despachar a bola.

    Os andinos vinham de derrota por 2 a 0, um gol em cada tempo, para o Irã (42º) mesmo escalando, no segundo tempo, seus jogadores mais talentosos como Aránguiz e Sánchez.

    O segundo tempo ao menos foi mais aberto e como este negócio de teste só funciona para Dunga se for com vitória, logo no 15º minuto ele tratou de botar Elias, Willian e Firmino para jogar, além de Robinho, algoz dos chilenos, pois que treinador não é chegado numa superstição?

    Mas o time amarelo fazia mais faltas do que jogava futebol até que, aos 27, Firmino recebeu um lançamento precioso de Danilo e, no primeiro chute brasileiro ao gol, fez o único gol do jogo.

    O Chile não jogava como nunca, mas perdia como sempre.

    O Brasil de Dunga ganhava pela oitava vez seguida.

    Pronto! Era tudo que ele queria. Você gostou?

    MP AMEAÇADA

    O jogo mais importante para o futebol brasileiro, no Congresso Nacional, como era previsível, corre riscos graves com a escalação do representante da bancada da bola, Jovair Arantes (PTB-GO), para relatá-la.

    Cartola do Atlético Goianiense, íntimo do notório Carlinhos Cachoeira, e autor da emenda contrabando que quase anistiou a dívida dos clubes, vetado por Dilma Rousseff, precisará ser marcado sob pressão e homem a homem para evitar os gols contra que certamente planeja numa tabelinha sórdida contra os interesses do país com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dupla do quanto pior melhor.

    É hora do Bom Senso voltar com as faixas e ajudar a mobilizar a torcida a favor da luz e dos bons costumes.

    A Medida Provisória do futebol não é nem do PT, nem do governo: é do progresso.

    juca kfouri

    Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.

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