• Colunistas

    Thursday, 02-May-2024 23:31:22 -03
    Juca Kfouri

    O clássico da América

    12/07/2015 02h00

    OS DOIS times de maior torcida do Brasil, e do continente americano, jogam hoje no Maracanã.

    Independentemente do lugar que cada um ocupe na tábua de classificação, eis um embate que deveria ser trabalhado pelos departamentos de marketing dos dois clubes desde sempre.

    Só agora, contudo, ambos acordaram. Além de tarde, preguiçosamente, com meras provocações por suas redes sociais em torno da ideia óbvia de "O clássico dos gigantes da América".

    Porque se tivessem acordado mesmo, Paolo Guerrero jogaria hoje com a camisa rubro-negra e não seria objeto de um acordo entre as duas direções para não enfrentar o ex-clube. Emerson Sheik também.

    Ora, o que seria não apenas uma atração a mais, mas a atração do clássico, virou frustração, anticlímax, numa ação anti-marketing como poucas vezes se viu.

    Desde 1918, segundo o "Almanaque do Timão" de Celso Unzelte, Corinthians e Flamengo ganharam um do outro 49 vezes e empataram 26, em 124 jogos.

    Se houver vencedor hoje chegará ao 50º triunfo no confronto que tem 195 gols cariocas e 193 paulistas.

    O Corinthians parece encontrar seu ponto de equilíbrio nesta maluca reformulação típica de quem troca os pneus de um carro em movimento, embora continue com óbvios problemas ofensivos.

    Já o Flamengo, exatamente na feliz estreia do artilheiro peruano, depois de surpreender o Inter em pleno Beira-Rio e fazê-lo desistir do Brasileirão, será obrigado a escalar o time A.G. (Antes de Guerrero), que a nação rubro-negra, é claro, preferiria não ver.

    Enfim, temos hoje um Flamengo x Corinthians que poderia ser o creme do creme e ainda não é.

    Tomara que o próximo, agora que os homens de marketing parecem ter acordado, seja bem mais badalado e que Guerrero seja recebido na Arena Corinthians com as honras que merece, assim como Emerson Sheik, também objeto do mesmo acordo.

    Guerrero e Sheik, como se sabe, fizeram quatro dos gols mais importantes da história corintiana.

    O peruano marcou os dois que decidiram o Mundial de Clubes em 2012 e o catariano naturalizado os dois que derrotaram o Boca Juniors na decisão da Taça Libertadores no mesmo ano.

    Seria fantástico vê-los em ação neste domingo no Maracanã.

    TESTES

    O São Paulo recebe um dos lanternas, o Coritiba, e tem obrigação de ganhar, embora seja uma tarefa mais difícil que vencer o Vasco em Brasília.

    Aliás, só a CBF mesmo, sem a menor noção do que seja igualdade de condições, permite que clubes mandantes vendam sua vantagem e tornem desequilibradas as oportunidades de cada concorrente.

    Enfrentar o Vasco no Mané Garrincha é muito diferente de enfrentá-lo em São Januário, por mais frágil que seja o time cruz-maltino.

    Já o Palmeiras tem um teste de fogo diante do Sport, na Arena Pernambuco. Pior ainda seria na Ilha do Retiro, mas, cheio de desfalques, se voltar com um ponto do Recife, deverá se dar por feliz.

    Fácil foi pegar a Ponte Preta em Cuiabá.

    juca kfouri

    Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024