• Colunistas

    Monday, 06-May-2024 04:44:08 -03
    Juca Kfouri

    Contra a Argentina, como será?

    15/10/2015 02h00

    Dunga disse que é exigente e deu nota 8,5 para o desempenho do seu time em Fortaleza.

    Quisera ter um professor assim.

    Dunga explicou que optou por Alisson como goleiro porque o número 1 do Inter joga melhor com os pés do que Jefferson.

    Pode ser, mas na única vez em que o jovem colorado saiu jogando com os pés teve de pedir desculpas aos companheiros, porque entregou a bola ("essa" bola, como diz a maioria dos comentaristas da TV hoje em dia) a um adversário.

    Dunga insistiu com Oscar e ao trocá-lo por Lucas Lima, assim que o atacante do Chelsea perdeu uma bola ("essa"...) bisonhamente e a Venezuela diminuiu o placar para 2 a 1 na jogada seguinte, deve ter percebido a diferença.

    Se não percebeu é porque precisa consultar um oftalmologista com urgência, o que talvez explique a nota alta demais para a seleção e a preferência pela saída de bola de Alisson.

    Que o faça antes do jogo contra a Argentina, no próximo dia 12 de novembro, em Buenos Aires, no Monumental de Núñez.

    Com o rival provavelmente sem Lionel Messi e o time nacional com Neymar, será essencial que Dunga mantenha a atitude que se viu contra os frágeis venezuelanos, com liberdade para Luiz Gustavo e Elias passarem do meio de campo, da intermediária adversária e até para entrarem na área e chutarem a gol. Porque o medo de perder tira a vontade de ganhar, como dizia o filósofo.

    Será fundamental também fazer com que a bola ("essa"...) chegue a Ricardo Oliveira e não é possível que o técnico tenha dúvida sobre quem é mais capaz de fazê-lo, se o anêmico Oscar ou o dínamo Lucas Lima.

    Durante o pouco menos de um mês que nos separa da data do maior clássico das Américas, um dos maiores do mundo, seremos obrigados a conviver não apenas com os comentaristas do "essa bola", mas, ainda, com histeria dos que amam odiar os argentinos. Paciência!

    Faz parte do olhar bélico tão ao gosto de Dunga que, diga-se, costuma se dar muito bem contra os argentinos como treinador, embora tenha visto exatamente depois da derrota para eles na Copa do Mundo de 1990, na Itália, a tal da "Era Dunga" virar palavrão.

    Que ele vá ao oculista logo e se dedique a pensar, pacificamente, como fazer a seleção encantar os hermanos. Indo para dentro deles.

    ZICO ENGANADO

    Na entrevista de Zico publicada anteontem nesta Folha, ele comete dois enganos: não são mais apenas 47 os eleitores na CBF, porque a Profut ampliou o direito de voto aos 20 clubes da Série B.

    E se engana ao ter Pedro Trengrouse como assessor.

    O advogado é cria de Eduardo Viana, o nefasto Caixa D'Água, ex-presidente da Federação Estadual do Rio de Janeiro, e é tão ardiloso e oportunista, apesar de igualmente bem preparado, como seu criador.

    Zico já se enganou seriamente ao indicar Bernard Rajzman para sucedê-lo como secretário de Esportes no governo Collor e está outra vez influenciado por um alpinista social.

    juca kfouri

    Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024