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    Juca Kfouri

    Deus dos estádios é cruel

    29/05/2016 02h00

    Em 2014 já foi aquela maldade, nos acréscimos, no Estádio da Luz, em Lisboa, quando Sergio Ramos empatou o jogo que os colchoneros venciam e levou para a prorrogação em que os madridistas massacraram os rivais e transformaram o injusto 1 a 1 em irretocáveis 4 a 1.

    Trinta anos antes, em 1974, no tristemente célebre Estádio de Heysel, em Bruxelas, o Atlético de Madrid já havia chegado à final, contra o Bayern Munique, ambos atrás de seu primeiro título europeu.

    A decisão também foi à prorrogação, os espanhóis fizeram 1 a 0 e sofreram o empate no fim. Outro jogo foi marcado. E terminou em goleada alemã, por 4 a 0.

    Pois não é que na terceira chance, ontem, em Milão, outra vez o Atlético chegou à prorrogação e acabou derrotado, desta vez nos pênaltis, com seu símbolo Juanfran batendo o dele na trave do Real?

    E isso depois de ter tomado novo gol de Sergio Ramos, não só no jogo como nos penais, num embate em que foi ligeiramente superior e que poderia perfeitamente lhe dar a primeira "Orelhuda", como é chamada a taça da Liga dos Campeões da Europa.

    É claro que o Real Madrid não chegou ao espantoso 11º título à toa, quatro a mais que o Milan, como é óbvio que a chave de ouro do título tinha de estar nos pés do atacante Cristiano Ronaldo.

    O português jogou no sacrifício e só apareceu mesmo na hora de fechar, ou de abrir, a festa.

    Mas que os deuses dos estádios poderiam ser mais generosos com os operários atleticanos, ah, poderiam.

    Não se discute a superioridade do time madridista, recheado de craques e comandado por outro, Zinédine Zidane, de estreia real como treinador.

    Apenas dói ver o empenho e a frustração de Diego Simeone, que pelo menos uma vez na vida merece comemorar um título de tamanha grandeza.

    Parece até que isso é inatingível para um time que vive no limite máximo como o Atlético.

    A RODADA

    Os cinco times paulistas da Série A jogam hoje: Corinthians e Ponte Preta logo pela manhã e os demais à tarde.

    O Corinthians seria o favorito contra o Sport, mesmo no Recife, não fosse o calorão que enfrentará, com previsão de sol e 29 graus, além do rubro-negro pernambucano.

    Se o Corinthians jogar como no primeiro tempo diante do Vitória e como se apresentou contra a Ponte Preta tem ótimas chances de vencer.

    A Ponte Preta é a favorita contra o Flamengo, porque em Campinas e porque o rubro-negro carioca está numa crise tremenda.

    Prevê-se temperatura amena, 22 graus, com possibilidade de chuva, mas terá de ser a Ponte que venceu o Palmeiras, não a que não fez frente ao Corinthians.

    No Morumbi, Choque-Rei, São Paulo e Palmeiras. Sai de baixo. Pena que sob a estupidez da torcida única.

    O redivivo Tricolor contra o promissor Alviverde, ambos vindo de atuações convincentes contra Coritiba e Fluminense.

    Finalmente, na Vila Belmiro, o Santos recebe o Inter. Completará o Santos 30 jogos de invencibilidade em casa?

    O Colorado acaba de quebrar a série invicta do São Paulo em 2016 no Morumbi...

    O LOBISTA DA CBF

    Vandenberg Machado é diretor da CBF, homem de confiança de Renan Calheiros e pai de quem advogou para Delcídio do Amaral no Comitê de Ética do Senado.

    Futebol$Política=Promiscuidade.

    juca kfouri

    Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.

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