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    Juca Kfouri

    Na Olimpíada, a bola é mera coadjuvante

    14/08/2016 02h00

    Aparentemente Olimpíada tem mais a ver com os esportes individuais do que com os coletivos.

    A bola seria mera coadjuvante, com raras exceções, como no tênis, noves fora as duplas.

    É claro que gosto não se discute, daí pedir permissão para ter o meu, por mais que fira o princípio olímpico que individualiza o mais rápido, o mais forte, o mais alto.

    Os Jogos Olímpicos costumam ter donos, invariavelmente uma atleta ou um atleta, por mais que já tenham sido frequentados por equipes como o Dream Team americano de basquete, em Barcelona, em 1992, com Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird, a exceção que confirma a regra, até por ter quebrado a hipocrisia que impedia a participação de profissionais que não se disfarçavam de amadores.

    Desde sempre a Olimpíada é de Jesse Owens, Carl Lewis, Usain Bolt, Michael Phelps, Nadia Comaneci, Mark Spitz, enfim.

    São os nadadores Phelps e Spitz, as ginastas como esta fabulosa Simone Biles e Comaneci, os atletas como Owens, Bolt e Lewis que encantam e marcam o megaevento a cada quatro anos.

    Nada contra.

    O que não impede que haja os loucos por esportes coletivos com bola.

    Não, não se falará aqui de futebol.

    Mas de polo aquático e de handebol masculinos, porque do feminino nem é preciso falar, campeãs mundiais que foram as brasileiras em 2013, motivo de um belo filme, "Meninas de Ouro".

    Independentemente do que aconteça daqui para frente, as duas seleções brasileiras entraram no radar para alimentar esperanças futuras, se não forem abandonadas pós-Olimpíada.

    Impossível ver o time brasileiro na piscina vencer a Sérvia campeã mundial, por 6 a 5, e não lembrar de um húngaro chamado Aladar Szabo.

    Ele veio para o Brasil nos anos 1950 e, em 1963, conduziu a seleção nacional ao seu maior título, o dos Jogos Pan-Americanos de 1963, disputados em São Paulo.

    Szabo jogou pelo Flu e pelo Botafogo, havia sido da melhor equipe do mundo, a húngara, e era tido como dono do chute mais potente do planeta, capaz de quebrar a trave, segundo se dizia.

    Como Santo Baldacin, que mais ou menos na mesma época em que Szabo brilhava nas piscinas mandava bem nas quadras de handebol, e também desfrutava da fama de quebrar traves.

    Pois é. O handebol brasileiro derrotou o alemão, campeão mundial e número 1 do ranking, por 33 a 30.

    Some a tudo isso os torneios de basquete, de vôlei, de futebol, é claro, e, convenhamos, gostar mais dos esportes coletivos não é sacrilégio algum.

    Ah, no polo aquático e no handebol, os técnicos são estrangeiros: o croata Ratko Rudic e o espanhol Javier Garcia Cuesta.

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    Chamada - Rio 2016

    juca kfouri

    Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.

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