Os termômetros de mercúrio brevemente deixarão de existir, substituídos pelos termômetros digitais que muitos hospitais de São Paulo já usam.
Na semana passada, na cidade de Kumamato, perto da baía de Minamata, no Japão, foi instituído o "Convênio de Minamata sobre o Mercúrio", em reunião organizada pela ONU através de seu programa para o meio ambiente.
Pelo tratado adotado por 139 governos, será proibida a produção, importação e exportação de produtos com mercúrio, devendo entrar em vigor entre 2015 e 2018.
Alternativas sem mercúrio devem ser usadas para as baterias (exceto as tipo botão para dispositivos médicos), lâmpadas fluorescentes e os sabonetes e cosméticos usados para o branqueamento da pele.
Para o mercúrio usado na extração de ouro nos garimpos, importante fonte de contaminação de rios e peixes, as alternativas parecem ser de difícil controle.
A denominação do convênio remete à década de 30, quando moradores das proximidades da baía de Minamata passaram a ter distúrbios neurológicos como movimentos involuntários, fraqueza muscular, perda da memória e alterações na visão.
O problema só foi identificado em 1968: eram os peixes e mariscos contaminados por mercúrio consumidos pela população local. Uma indústria petrolífera instalada na área em 1932 lançava seus resíduos, entre eles mercúrio, nas águas da baía.
Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
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