• Colunistas

    Sunday, 05-May-2024 02:28:28 -03
    Julio Abramczyk

    O zumbido no adolescente

    29/03/2014 02h50

    Em editorial da revista "Brazilian Journal of Otorhinolaryngology", a professora Tanit Ganz Sanchez, da Faculdade de Medicina da USP, alerta para a possibilidade de perda auditiva mais precoce entre os adolescentes do que em outras faixas etárias.

    O zumbido incomoda pouco os adolescentes. Por isso, eles não contam aos pais nem procuram ajuda médica.

    Em 90% das vezes, quando um adulto tem zumbido, também tem percepção de sons alterada. Os jovens, entretanto, percebem o zumbido antes de notar que sofreram perda auditiva.
    O zumbido surge quando uma pessoa percebe um som sem estímulo externo. Sua presença incomoda e pode provocar ansiedade e insônia.

    Sanchez assinala que a prevalência de zumbido entre adolescentes é maior do que em outras faixas etárias, como a dos idosos. Em estudo com 170 adolescentes, 93 (54,7%) relataram zumbido nos 12 meses anteriores e relacionados a fatores de risco como fones de ouvido, baladas e celulares.

    Para a especialista, é um sinal de alerta para a necessidade de diagnóstico precoce e para o risco de futuros problemas entre os jovens.

    Há vinte anos, não havia muito a fazer, mas hoje há um protocolo bem definido. Apesar de ainda não haver cura total, um tratamento pode obter melhora de até 80%, como em doenças como hipertensão e diabetes. O clínico também pode sugerir medidas para evitar maior exposição a ruídos e estresse.

    julio abramczyk

    Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
    Escreve aos sábados.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024