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    Julio Abramczyk

    Pobreza, crack, Aids e tuberculose

    29/11/2014 01h54

    O bolsa família pode acabar com a fome, mas não acaba com a pobreza.

    Quando surgiu o tratamento clínico e efetivo para a tuberculose –antes, predominava a cirurgia ou apenas repouso–, tudo indicava que a doença ficaria sob controle.

    A pobreza continua, o crack apareceu, o HIV se espalhou e a tuberculose voltou.

    Segundo a OMS, a tuberculose é a quarta causa de doença no Brasil e a primeira causa de morte entre os doentes de Aids, por ausência de defesa imunológica.

    Igualmente o consumo de crack vem contribuindo para disseminação da doença entre os usuários, refere Vânia Dias Cruz, da UFRGS (Universidade Federal de Rio Grande do Sul). Ela explica que o compartilhamento do cachimbo, o acúmulo dos usuários de drogas em ambientes fechados e isolados e a desnutrição favorecem a progressão para a doença ativa.

    Na "Revista Brasileira de Epidemiologia" deste mês, Lisiane Acosta e Sérgio Luiz Bassanesi analisam a alta incidência da tuberculose em Porto Alegre, com base em seis anos de estudo de 4.602 casos novos de tuberculose pulmonar bacilífera.

    Os autores do estudo verificaram que a doença não apresenta distribuição homogênea na cidade.

    A maior incidência de casos está nas favelas, nos locais com alta densidade intradomiciliar (mais de seis moradores por domicílio). Bairros com melhores condições socioeconômicas apresentavam menor incidência da doença.

    julio abramczyk

    Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
    Escreve aos sábados.

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