Na gravidez ectópica, a gestação fora do útero, o diagnóstico precoce é difícil, porque os sinais e sintomas, como dor na região pélvica, também são observados no primeiro trimestre da gravidez normal.
Nos últimos anos, a ocorrência desse evento vem sendo relacionada ao aumento de gestações por fertilização assistida.
Na 31ª reunião anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, realizada em Lisboa nesta semana, foi apresentado estudo mostrando que a taxa de gravidez ectópica, após a reprodução assistida, vem diminuindo progressivamente.
O professor Nikolaos Polyzos, da Universidade Vrije, Bélgica, analisou o tratamento de 161.967 ciclos, do ano 2000 ao ano 2012. Encontrou 1,4% de gestações ectópicas, que diminuíram ano a ano de 20 para 12 casos a cada mil.
A redução dos casos relacionados à fertilização assistida, segundo o autor, ocorreu pelo avanço nas técnicas que empregam a hormonioterapia ou a injeção intracitoplasmática.
Com ou sem estimulação ovariana, não faz diferença, assim como usar embriões congelados ou frescos.
Para Polyzos, o maior fator de risco para gravidez ectópica é um problema na tuba uterina, que dobra a possibilidade da ectopia.
Nos casos de infertilidade, explica o professor, cerca de 14% podem estar relacionados à infecção pela Chlamydia trachomatis, bactéria transmitida sexualmente.
Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
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