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Antes de sua proibição, a maconha já era usada para tratar convulsões em crises de epilepsia |
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Friday, 03-May-2024 10:02:12 -03Julio Abramczyk - Júlio Abramczyk
As substâncias medicinais da maconha
05/08/2017 02h00
O uso da maconha foi proibido a partir da conferência internacional do ópio, realizada em Genebra em 1924. Decidiu-se na época que era mais perigosa do que o ópio.
Em nosso meio, segundo o professor Elisaldo Carlini, da Unifesp, a partir da década de 1930, seu uso foi proibido e os usuários passaram a sofrer perseguição policial.
Antes da proibição, a Cannabis já era usada no tratamento de convulsões em crises de epilepsia.
Em 2003, a OMS autorizou o uso médico da tetra-hidrocanabinol, substância derivada da maconha. No Brasil, a RDC 79/2016 da Anvisa incluiu os canabinoides como produto médico controlado sob receita médica.
Raphael Mechoulan, da Universidade Hebraica de Jerusalém, recentemente fez uma revisão, na revista "Epilepsy & Behavior", dos canabinoides e do uso dos princípios ativos da maconha.
Em pesquisa publicada em 1964 no "Journal of the American Chemical Society", Mechoulan, em colaboração com Yechiel Gaoni, relatou o isolamento pela primeira vez do tetra-hidrocanabinol, no Instituto Weizman de Ciências de Israel. Mais tarde, essa e outras substâncias ativas da maconha passaram a ser usadas no tratamento de crises epilépticas de crianças, onde outros remédios falharam. Essas substâncias estão sendo estudadas para controle da dor e em problemas autoimunes.
Pelo pioneirismo de Mechoulan, está sendo organizada uma conferência internacional em sua homenagem pela Universidade Hebraica de Jerusalém e pela Sociedade Internacional de Pesquisas em Canabinoides.
Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
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