• Colunistas

    Sunday, 28-Apr-2024 01:53:55 -03
    Julio Abramczyk - Júlio Abramczyk

    As disparidades da apendicite

    04/11/2017 02h55

    A incidência de apendicite, uma grave inflamação do apêndice do intestino grosso, está diminuindo nos países industrializados. Entretanto, em nações em desenvolvimento, está em ascensão.

    Um estudo sobre a presença global desta afecção, de grave repercussão até meados do século passado, é relatado por Mollie Ferris e colaboradores da Universidade de Calgary, Canadá, na revista "Annals of Surgery".

    A redução no diagnóstico em países ricos estaria relacionada a um melhor diagnóstico da doença pela tomografia, o que afastaria os falsos positivos, e no controle dos casos graves pelo emprego dos antibióticos.

    Segundo os autores, acompanhar a evolução da incidência da apendicite permite um melhor planejamento dos recurso e dos tratamento a serem empregados.

    Nos EUA, o risco de morte por apendicite é de 1 para 15. Cerca de um terço dos casos chegam ao hospital com o apêndice perfurado e infecção na cavidade abdominal, quadro grave. A mortalidade diminuiu 46% de 1990 a 2013.

    No Brasil, o número de operações por apendicite (apendicectomias) de 2008 a 2014 no SUS foi de 684.278, com a média anual de 97.754, relatam Fernanda dos Santos e colaboradores da Universidade Anhembi Morumbi na "Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões".

    Do total de operações, apenas 13.801 foram por via laparoscópica. A cirurgia laparoscópica resulta em recuperação precoce, menor necessidade de analgésicos, retorno mais rápido às atividades e melhor resultado estético na área abdominal.

    Science Photo Library
    A laparoscopia é uma cirurgia pouco invasiva, em que são feitos pequenos cortes na parede abdominal para a introdução de câmeras, pinças e pequenos aparelhos para manipular os órgãos e vísceras
    A laparoscopia é uma cirurgia pouco invasiva, em que são feitos pequenos cortes na parede abdominal para a introdução de câmeras, pinças e pequenos aparelhos para manipular os órgãos e vísceras
    julio abramczyk

    Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
    Escreve aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024