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    Kim Kataguiri

    Boulos, pare de bater em espantalhos e debata comigo pessoalmente

    21/02/2017 08h18

    Eduardo Anizelli - 20.fev.2017/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 20-02-2017, 17h00: Manifestantes ligados ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) que estao acampados desde quinta (16) na avenida Paulista, em frente ao predio do escritorio da Presidencia da Republica (proximo ao Conjunto Nacional). Eles protestam contra mudancas no programa Minha Casa Minha Vida. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, PODER) ***EXCLUSIVO***
    Manifestantes do MTST acampam em frente ao escritório da Presidência, em São Paulo

    Agora que o PT e suas linhas auxiliares estão na oposição, acham que a população vai se esquecer de que eles foram os protagonistas do maior escândalo de corrupção da história do país e de uma crise econômica igualmente sem precedentes.

    A militância petista quer nos fazer acreditar que o país estava uma maravilha até que, por meio de um golpe de Estado —que, curiosamente, é previsto pela Constituição e teve seu rito definido pelo STF—, Temer teria assumido o poder fazendo com que mais de 12 milhões de desempregados brotassem do chão, quebrando instantaneamente a Petrobras e revogando a Lei Áurea.

    Guilherme Boulos, o poodle de estimação do petismo, em seu último artigo para esta Folha, atacou um MBL imaginário, que teria prometido que o impeachment de Dilma Rousseff seria o fim da corrupção. É claro que isso é uma grande bobagem. A corrupção nunca vai acabar. E é por isso que deve ser permanentemente combatida.

    Ainda mais quando é utilizada como método de governo. Afinal, fechar o Congresso na base da propina é tão grave quanto fazê-lo com tanques de guerra.

    Sustentamos, sim, que o impeachment traria melhoras para a economia. E trouxe: no mês passado, a indústria paulista criou 6.500 postos de trabalho, o primeiro resultado positivo desde abril de 2015. Vale lembrar que, nos últimos três anos —a maior parte desse período sob governo petista—, a indústria paulista fechou 518 mil postos de trabalho. Além disso, na última quarta-feira (15), a Bolsa fechou no melhor patamar desde março de 2012. Isso sem falar na aprovação da PEC do Teto, passo importantíssimo para garantir o equilíbrio fiscal e, assim, evitar aumento de impostos e manter a inflação sob controle.

    O coxinha vermelho atacou um espantalho porque sabe que não tem condições de lidar com o MBL real. Diferente do que escreveu em sua coluna, o MBL nunca colocou o impeachment como a grande solução para o país. Aliás, nunca propusemos nenhum plano messiânico de salvação nacional, mesmo porque tal plano não existe. O que defendemos são reformas estruturantes, que já deveriam ter sido feitas há décadas, para que o Brasil, algum dia, saia desse círculo vicioso de gasto público e quebradeira. Desculpe-me, Boulos, mas quem acredita em solução mágica é a esquerda.

    Aproveito a provocação do ilustre burguês revolucionário para convidá-lo a um debate. Adoraria conhecer as propostas da sua milícia, o MTST, para a Previdência, a legislação trabalhista, o sistema tributário, o sistema político etc. Sei que, apesar de berrar o contrário, você não acredita na tese esdrúxula de que o MBL é um mero movimento antipetista, sem propostas, sem projetos para o país.

    Por que não esclarecer tudo isso num debate público? Você pode pedir meu telefone para a Folha. Aliás, tenho certeza de que o jornal teria interesse em mediar essa discussão.

    E aí, Boulos, aceita o convite? Ou tudo o que sabe fazer é repetir chavões e queimar pneus no meio da rua?

    É coordenador do Movimento Brasil Livre.

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