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    Kim Kataguiri

    A coluna acaba, mas a luta continua!

    14/03/2017 13h11

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Kim Kataguiri, líder do Movimento Brasil Livre, durante sessão de julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no Senado (DF)
    Kim Kataguiri, líder do MBL, durante o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no Senado

    Confesso que escrever para a Folha foi mais divertido do que eu imaginava. Desde a recepção, que teve direito à notícia no "Sensacionalista" e textão desconstruído do querido Guilherme Boulos, até as críticas que fiz a colunistas como Janio de Freitas, Gregorio Duvivier e Vladimir Safatle —nunca rebatidas, é claro, afinal, quem esse moleque pensa que é para falar um "a" sobre esses ilustres doutores?—, tudo foi inesperadamente curioso.

    Comecei a escrever para o jornal em janeiro de 2016, quando os que lutavam contra o governo Dilma Rousseff, como eu, tinham acabado de tomar um banho de água fria com a decisão do Supremo que desfigurou o rito do impeachment e beneficiou a então presidente.

    Pouco tempo depois, o marqueteiro João Santana foi preso, o que reacendeu os ânimos das ruas e catalisou as manifestações do dia 13 de Março, as maiores da história do país. Então, vieram as eleições municipais, que marcaram a vitória dos discursos e propostas liberais, e começaram os debates em torno das reformas propostas pelo governo Temer.

    Em meus textos, busquei esclarecer a opinião e mostrar a atuação do Movimento Brasil Livre durante todos esses acontecimentos. Acredito ter deixado uma espécie de registro histórico involuntário, afinal, o MBL foi peça-chave em todas essas discussões: organizou as manifestações pelo impeachment, participou das eleições municipais, entrou de cabeça no debate sobre a PEC do teto —da mesma maneira que está participando agora dos conflitos envolvendo a reforma da Previdência— e tem vigiado incessantemente o Congresso e o Planalto para impedir intervenções na Operação Lava Jato.

    Achei interessante ver como esquerdistas se davam ao trabalho de visitar a minha coluna toda semana para dizer que eu sou só um moleque mimado que não deveria ter espaço no jornal, ou para denunciar os milhões que recebo todo mês do PMDB, do PSDB e de bilionários americanos da indústria de óleo e gás.

    Já dizia Churchill: "Você tem inimigos? Bom. Significa que você lutou por algo, alguma vez na vida". Ninguém se incomoda com gente irrelevante.

    Apesar da experiência positiva, também descobri uma triste realidade: existem aqueles que leem o título, aqueles que vão até o primeiro parágrafo e, finalmente, aquela espécie, quase em extinção, de pessoas esquisitas que leem o texto inteiro.

    Nesse momento de informações superficiais, interpretações precipitadas e relações efêmeras, nada mais justo do que agradecer os leitores que acompanharam a minha coluna durante essa trajetória. Obrigado, companheiros!

    Entre choros e esperneios de fascistas vermelhos, sigamos em frente por um Brasil mais justo, próspero e, acima de tudo, livre.

    É coordenador do Movimento Brasil Livre.

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