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    Leandro Colon

    Dilma paga no Senado preço por desprezar ex-ministros

    27/08/2016 02h00

    Pedro Ladeira - 29.mai.2013/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 29-05-2013. 10h00: Fernando Rodrigues entrevista o ministro da Previdencia Social, Garibaldi Alves Filho. O programa é uma realização em parceria da Folha de S.Paulo, do portal UOL e da Folha.com. O programa é sempre gravado aqui no estúdio do Grupo Folha em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O senador Garibaldi Alves Filho, ex-ministro da Previdência Social do governo Dilma

    BRASÍLIA - O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) foi ministro da Previdência do primeiro governo de Dilma Rousseff. Indicado pelo PMDB, comandou a pasta de janeiro de 2011 a janeiro de 2015.

    Na tarde desta sexta-feira (26), Garibaldi assistia, solitário em uma cadeira do plenário do Senado, à segunda sessão de julgamento do impeachment de sua ex-chefe.

    Ele votará pela cassação de Dilma. Questionado pela coluna sobre quantas vezes foi recebido por ela para um despacho no Planalto, o ex-ministro responde: "Nenhuma".

    Segundo o senador, assuntos de sua pasta eram discutidos somente com Gleisi Hoffmann (PT-PR), então ministra da Casa Civil do governo Dilma e hoje senadora da tropa de choque anti-impeachment.

    "Apesar do respeito que tenho pela Gleisi, você se sente mais prestigiado ao despachar com a presidente", diz Garibaldi. "Eu tenho uma frustração, não tenho raiva dela (Dilma). Quando encerrou meu período no governo, pensei que iria me chamar pessoalmente, mas ela me telefonou", relembra o ex-ministro.

    Ele diz que vota pelo impeachment porque concorda com as acusações contra a petista, mas admite: "Há também o componente da frustração, o conjunto da obra".

    Garibaldi aproveita a conversa para contar o que sempre quis falar a Dilma numa reunião de trabalho: "Gostaria de ter sugerido a ela uma ampla reforma da Previdência. Isso só poderia ser feito num despacho com a presidente, diretamente".

    Ele é um dos seis senadores pró-impeachment que integraram o ministério de Dilma. Seis votos que poderiam ajudar a salvá-la diante de uma estimativa de placar entre 59 e 61 votos pela cassação — o mínimo exigido para o impeachment é de 54.

    Dilma vai discursar no Senado na segunda (29) pela manhã. Garibaldi diz que a presença dela não deve mudar seu voto. "Eu poderia até votar contra o afastamento se ela tivesse me conquistado, me sensibilizado".

    leandro colon

    É diretor da Sucursal de Brasília. Foi correspondente na Europa, baseado em Londres, de 2013 a 2015. É vencedor de dois Prêmios Esso e de um Prêmio Folha de Jornalismo. Escreve às segundas.

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