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    Leandro Colon

    O grande teste de Temer

    08/10/2016 02h00

    Carlo Allegri /Reuters
    O presidente Michel Temer participa de reunião sobre refugiados na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA)
    O presidente Michel Temer participa de reunião sobre refugiados na sede da ONU, em Nova York (EUA)

    BRASÍLIA - O governo de Michel Temer protagonizou um pequeno vexame na sexta (7). Sua base de apoio liderada pelo inexpressivo André Moura (PSC-SE) fracassou na estratégia de reunir o mínimo de 51 deputados em plenário (10% da Câmara).

    O fiasco deixou sob breve ameaça a aprovação em primeiro turno da PEC do teto do gasto público programada para o começo da semana.

    A regra do Congresso exige o intervalo de duas sessões para que a medida seja votada em plenário depois de ter passado por uma comissão especial há dois dias.

    Em tese, a proposta tratada como prioridade pelo Planalto só poderia ser apreciada a partir da tarde de terça-feira (11), véspera de feriado, ocasião típica de baixo quórum na Casa.

    Mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que anda às turras com assessores de Temer, avisou que pretende apresentar um requerimento para suspender esse intervalo e antecipar a votação para segunda (10), como deseja o governo.

    A manobra deve dar certo, mas expõe os obstáculos de Temer para lidar com uma base aliada aparentemente coesa e ampla na Câmara.

    A cartada final do presidente aos deputados será dada num rega-bofe no Palácio da Alvorada na noite deste domingo (9). A expectativa é que pelo menos 300 parlamentares de sua bancada de apoio compareçam.
    Temer quer usar o encontro para demonstrar força política e ao mesmo tempo garantir sucesso no que será seu mais importante teste legislativo desde que assumiu o cargo.

    Não há dúvida de que a aprovação do teto é fundamental para o governo dar um passo no resgate das contas públicas e esbanjar credibilidade.

    Também será essencial para o Planalto evitar a especulação de que pode fracassar em outras votações relevantes no Congresso, entre elas a que trata da Lei de Repatriação.

    São imprescindíveis vitórias para quem promete (ou sonha) aprovar um dia reformas profundas como a da Previdência e a trabalhista.

    leandro colon

    É diretor da Sucursal de Brasília. Foi correspondente na Europa, baseado em Londres, de 2013 a 2015. É vencedor de dois Prêmios Esso e de um Prêmio Folha de Jornalismo. Escreve às segundas.

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