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    Leandro Colon

    Brasília reage com conformismo a feriadão do STF e viagem de deputados

    30/10/2017 02h00

    Miri Shimonivich/Divulgação
    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, visita museu do Holocausto, em Jerusalém
    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, visita museu do Holocausto, em Jerusalém

    "A gente precisa encerrar a denúncia e voltar para a agenda de reformas", afirmou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na véspera da votação em plenário que barrou a segunda acusação da PGR contra Michel Temer.

    No dia seguinte à sessão que salvou o presidente, a Casa estava às moscas. Na sexta (27), Maia e uma comitiva de deputados decolaram para um tour de uma semana por Israel, Palestina, Itália e Portugal.

    Não há tanta pressa para a retomada da agenda de votações. A viagem, de carona nas asas da FAB, prevê uma agenda oficial que inclui almoço com embaixadores brasileiros, encontros com empresários locais, além de visita a autoridades, entre elas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

    Os deputados montaram um roteiro de turismo em Jerusalém e Belém nesta terça (31) com um dia livre (sábado, 4) para passear em Lisboa.

    Ali do lado da Câmara, no Supremo, sob o comando de Cármen Lúcia, a semana promete não existir.

    Uma canetada transferiu o Dia do Servidor Público, celebrado oficialmente em 28 de outubro, para a próxima sexta (3), um dia depois do feriado de Finados. Será ponto facultativo aos funcionários do tribunal.

    Como 1º de novembro já é feriado no Judiciário (mais um, aliás), ministros e servidores ganharam um esquema diferenciado de descanso. O STJ não perdeu tempo e fez o mesmo. Em ofício endereçado à presidente do STF, o ministro Marco Aurélio Mello se disse "perplexo" com a manobra que ampliou o feriadão.

    Cármen Lúcia declarou, em um discurso no mês de agosto, que é preciso "acabar com os privilégios" e afirmou querer "mudar o Brasil".

    Brasília, terra do serviço público, sempre reagiu com conformismo ao comportamento dos Poderes de utilizar-se de subterfúgios para emendar feriados, adiando sessões do Judiciário e do Legislativo. Uma prática que mantém privilégios para poucos e não muda em nada o país.

    leandro colon

    É diretor da Sucursal de Brasília. Foi correspondente na Europa, baseado em Londres, de 2013 a 2015. É vencedor de dois Prêmios Esso e de um Prêmio Folha de Jornalismo. Escreve às segundas.

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