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    Leandro Colon

    Legado econômico de Temer depende dos próximos cinco meses

    06/11/2017 02h00

    Danilo Verpa - 30.out.2017/Folhapress
    O presidente Michel Temer deixa o hospital Sírio Libanês em São Paulo no dia 30 de outubro
    O presidente Michel Temer deixa o hospital Sírio Libanês em São Paulo no dia 30 de outubro

    Com a página da denúncia da PGR virada, Michel Temer entra hoje em contagem regressiva de 14 meses para o fim do mandato. Na prática, serão dois governos: um até 31 de março e o outro a partir de abril, após a saída dos ministros que disputarão as próximas eleições.

    A debandada não será pequena. O Planalto estima que ao menos 15 chefes de pasta da Esplanada deixarão o posto. Sem somar o nome de Henrique Meirelles, o presidenciável que vai se manter como incógnita até os 45 do segundo tempo.

    Denunciada junto com Temer, a dupla Eliseu Padilha e Moreira Franco deve permanecer. Menos por lealdade ao chefe e mais porque eles querem evitar os escaninhos de Sergio Moro, hipótese que pode se tornar realidade se saírem do governo.

    Aliás, assim como Temer, ambos terão contas a acertar com a primeira instância em 2019, a não ser que se mantenham em cargo com foro.

    Diante do cenário pós-abril, Temer tem pressa em aprovar a agenda econômica. Sabe que, a partir de então, perderá força no Congresso sem ministros indicados por bancadas de peso, como PR, PSD e DEM. Além disso, em ano de eleição, deputados fogem de temas controversos. Pensam na urna, não no país.

    A lista de pendências é enorme: MPs do ajuste fiscal, a reoneração da folha, a reforma da Previdência, a simplificação tributária e temas diversos, entre eles o acordo dos "céus abertos" celebrado com os americanos no governo Dilma e até hoje não votado pelo Congresso.

    Aliados próximos do presidente admitem assumir o risco de deixar para 2018 a votação da mudança previdenciária –sem votos para bancar alteração constitucional, seria melhor focar até o fim do ano em assuntos que precisam de menos apoio, mas que rendem também relevantes dividendos econômicos.

    A economia enfim dá sinais reais de melhora e o legado final do governo Temer depende muito dos próximos meses. O tempo é curto.

    leandro colon

    É diretor da Sucursal de Brasília. Foi correspondente na Europa, baseado em Londres, de 2013 a 2015. É vencedor de dois Prêmios Esso e de um Prêmio Folha de Jornalismo. Escreve às segundas.

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