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    Leandro Colon

    Temer nunca esteve tão perto e nem tão longe de aprovar reforma

    11/12/2017 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Antonio Imbassahy (PSDB; esq.) e Michel Temer
    Antonio Imbassahy (PSDB; esq.) e Michel Temer

    Há uma sensação estranha em Brasília: a de que o governo nunca esteve tão perto e ao mesmo tempo tão longe de aprovar a reforma da Previdência na Câmara.

    A apenas duas semanas do início do recesso parlamentar, o presidente Michel Temer mexe as últimas peças para votá-la entre os dias 18 e 20.

    O novo lance do Planalto foi anunciado sábado (9) à noite, após encontro entre Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A ideia é antecipar para a próxima quinta-feira (14) o começo da discussão da proposta no plenário.

    A estratégia não tem muito segredo. Servirá para que os líderes dos partidos da base governista, sob pressão para convencer seus deputados a votar pela reforma, usem o microfone para intensificar o apelo.

    O governo vai aproveitar para tentar sentir no plenário a temperatura mais precisa do cenário –embora, como se sabe, a quinta-feira não seja dia de frequência assídua.

    O outro movimento em curso é a nomeação do "cão de guarda" Carlos Marun (PMDB-RS) para a articulação política. O amigo de Eduardo Cunha virou ministro de Temer menos pela biografia e mais pela fidelidade ao Planalto e pelo bom trânsito entre deputados do baixo clero que não suportavam o seu antecessor, Antonio Imbassahy (PSDB-BA).

    Marun será capaz de virar votos? Antecipar a discussão para quinta-feira ajudará o governo de alguma forma a reverter um quadro desfavorável para aprovar a reforma?

    Há respostas convenientes para os dois lados. Nos bastidores, há quem aposte que o Planalto tem força para dar um "sprint final" nos poucos dias que tem pela frente e superar os 308 votos necessários para que a proposta enfim avance.

    Pessoas próximas de Temer avaliam, no entanto, que os recentes esforços de fato ajudaram a recolocar a Previdência na agenda do país, após a crise causada pela JBS, mas o prazo exíguo para negociá-la prejudica a sua apreciação ainda em 2017.

    leandro colon

    É diretor da Sucursal de Brasília. Foi correspondente na Europa, baseado em Londres, de 2013 a 2015. É vencedor de dois Prêmios Esso e de um Prêmio Folha de Jornalismo. Escreve às segundas.

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