O prefeito Fernando Haddad ligou na segunda (25) para fazer dois reparos ao artigo "São Paulo, cidade LED".
Ele informou que todos os anos é corrigida a taxa chamada Cosip, com que os cidadãos pagam a eletricidade consumida pela Prefeitura, para alinhá-la aos aumentos de custos da energia da cidade. Ou seja: diferentemente do que afirmou o texto, não haverá descasamento importante entre receitas e despesas. Mesmo uma eventual diferença de datas entre os aumentos da conta doméstica e a correção do custo público, dentro de um mesmo ano, provocará diferença irrisória ao longo de 20 anos de contrato.
Além disso, Haddad disse que o contrato para a PPP da Iluminação Pública não obriga a empresa a usar exclusivamente lâmpadas de LED; ela pode optar por outra tecnologia, se puder ter ganhos de produtividade (para ela).
Dois dias depois do telefonema, ocorreu no TCM a votação que foi tema do artigo, sobre a questão levantada pelo vereador Police Neto, para quem a Prefeitura deveria ter consultado o Legislativo para criar a PPP da Iluminação. A tese da Prefeitura venceu a do vereador por 3 votos a 2. A coluna apostara numa votação assim mas no sentido oposto.
O texto merecia três reparos, portanto...
A novela, no entanto, continua: outra consulta semelhante (esta encaminhada pela presidência do Legislativo) deve ser julgada pelo Tribunal de Contas. Ao mesmo tempo, na Câmara Municipal, a Comissão de Orçamento considerou por 6 votos a 1 que a PPP deveria ter sido submetida ao Legislativo. Em breve o Ministério Público será forçado a se manifestar.
Ex-secretário de Redação da Folha, jornalista, coautor de 'Como Viver em SP sem Carro', faz pesquisas no Warburg Institute, em Londres, com o apoio da Capes. Escreve às segundas.