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    Leonardo Souza

    Governo prevê mais R$ 9 bi para seguro-desemprego em 2015

    25/09/2014 03h00

    No PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2015, encaminhado ao Congresso em agosto, o governo previu um gasto com o seguro-desemprego no ano que vem de R$ 36,8 bilhões. Isso significa um aumento, em termos nominais, de R$ 9,1 bilhões em relação à estimativa de despesa com a mesma rubrica para este ano, de R$ 27,7 bilhões, de acordo com o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2015.

    O PLDO é uma estimativa inicial de receitas e despesas para o exercício do ano seguinte. Já o PLOA é a previsão final. Com base nos números do PLOA, o Congresso aprova, ainda que com alterações, a LOA (Lei Orçamentária Anual) do ano subsequente. Ao fazer a previsão inicial para 2015, o governo atualizou a estimativa para este ano com o seguro-desemprego, quando informou os R$ 27,7 bilhões. No ano passado, as despesas com esse benefício somaram R$ 31,9 bilhões.

    Há duas formas de ler esses números. A primeira é que o governo subestimou as despesas com o seguro-desemprego de 2014. Ao final de dezembro, essa despesa poderá ser muito maior. Com o abono salarial, pago aos trabalhadores com carteira assinada que recebem até dois salários mínimos mensais em média, já houve uma revisão para cima este ano, de R$ 15,2 bilhões para R$ 17 bilhões (estimativa de julho).

    A outra leitura é que o governo acredita que o desemprego vai aumentar no ano que vem. Com a desaceleração da economia, e consequente previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2014 perto de zero, a segunda análise é perfeitamente factível.

    Em um jantar com lideranças do PMDB, em maio, a presidente-candidata Dilma Rousseff deu a seguinte declaração: "Essa é uma aliança para governar e garantir os ganhos para a população. E uma das chapas que está aí representa retrocesso, recessão e desemprego". Não se sabe ao certo a qual chapa Dilma se referia, se a do tucano Aécio Neves ou do PSB, que na ocasião ainda tinha Marina Silva como vice de Eduardo Campos, morto no mês passado num acidente de avião.

    Sabe-se agora, contudo, que o governo da presidente Dilma também teme por um aumento do desemprego em 2015, ainda que ela continue como presidente.

    leonardo souza

    Escreveu até setembro de 2015

    Vencedor de dois prêmios Esso na Folha, atuou na cobertura de política e economia em São Paulo e Brasília.

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