Danilo Verpa-29.jun.16/Folhapress | ||
Pessoas olham cartazes com ofertas de vagas no centro de São Paulo |
-
-
Colunistas
Tuesday, 07-May-2024 16:44:10 -03Livia Marra
Plano B é aposta para enfrentar a crise
31/07/2017 02h00
A taxa de desemprego no país registrou, no segundo trimestre, a primeira queda desde dezembro de 2014. Segundo dados do IBGE divulgados na semana passada, eram 13,5 milhões de pessoas desocupadas.
O presidente Michel Temer comemorou o recuo do índice para 13% –ante 13,7% no primeiro trimestre–, valorizou e afirmou que o esforço do governo para gerar empregos começa a dar resultados.
A questão é que a queda na taxa não é resultado da criação de vagas formais, aquelas com carteira assinada e que preveem o pagamento dos direitos ao trabalhador.
O índice caiu com o crescimento da informalidade, com mais gente trabalhando sem registro, por conta própria, sem as garantias trabalhistas. E, apesar da aparente melhora, são 1,9 milhão de desempregados a mais que há um ano.
Enquanto articulações tentam definir o futuro do presidente e o placar da votação da denúncia contra o peemedebista, marcada para quarta (2), boa parte dessas pessoas em busca de uma oportunidade de emprego tem outra preocupação: pagar as contas do mês.
E, talvez, daí surja não uma boa notícia, mas uma esperança e a confirmação de que o brasileiro não desiste mesmo nunca.
Perder o emprego ou saber que corre o risco de entrar para as estatísticas não traz uma sensação boa. Problemas financeiros podem levar à depressão e a transtornos de ansiedade. Mas se o mercado de trabalho não está bom, uma opção é colocar em prática o chamado plano B, usar criatividade ou habilidade para superar as dificuldades e, por que não, começar do zero.
A mesma crise econômica que castiga -e, por vezes, desperta o interesse de migrantes por outros ares- também é a chance de uma mudança de carreira. A investida pede dedicação, aprendizagem e pés no chão. Mas costuma dar resultados para quem arrisca e confia no que faz, sem arrependimentos ou receios.
No ano passado, a Folha mostrou a história da empresária Cleusa Maria da Silva. Ela já foi cortadora de cana e empregada doméstica, começou a fazer bolos em casa e transformou o negócio informal em uma rede de franquias milionária.
Quem não conhece alguém que passou a dar aulas de línguas em casa para completar a renda depois que o bebê nasceu? Ou que passa os finais de semana estudando em cursos on-line para ampliar os horizontes do negócio? Ou ainda gente que mudou completamente de área e abriu um pequeno comércio?
Nunca é tarde para recomeçar. Não importa se o plano B foi planejado com calma ou desenvolvido às pressas. Em época em que o tempo parece acelerado, o negócio é investir para não se tornar um profissional obsoleto e não ficar parado. Contra a crise econômica, só não vale desistir.
Jornalista, é redatora especial. Foi repórter e editora de "Cotidiano" da Folha Online e editora-adjunta de "Cotidiano".
Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.brPublicidade -