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    Lúcio Ribeiro - Marcel Merguizo

    Neymar vê o futebol

    DE SÃO PAULO

    12/02/2013 03h00

    O supercraque Neymar terminou a partida de domingo amaldiçoando quem marcou jogo no domingo de Carnaval. Maior esperança brasileira na Copa, o jogador naufragou com o Santos na chuva do Pacaembu, contra o Paulista, pelo Paulista.

    Neymar, porém, tirando os treinos, vai ter uma semana de folga até seu próximo compromisso oficial, porque o grande (em tamanho) Estadual só volta com nova rodada no sábado, já que o mundo do futebol abre alas a partir de hoje para Champions League e Libertadores. Torneios que, por "a" mais "b", Neymar poderia estar disputando mas não vai.

    Se quiser, poderá ver nesta tarde, pela TV, seu parceiro de seleção, outro jovem dito craque, o Lucas. Recém-chegado ao PSG e cada vez mais adaptado aos gramados além-Brasil, com chances de estrear na principal disputa de clubes do mundo, Lucas é hoje, sim, parceiro do internacional Ibrahimovic e muito em breve do estelar David Beckham. Ele deve começar no banco contra o Valência, mas dificilmente não será utilizado, porque vem bem e por custar o que custou.

    Champions League nos faz lembrar de outro projeto de craque brasileiro, o atacante Taison, que pode debutar na CL defendendo o Shakhtar Donetsk, time novo-rico da Ucrânia. O Shakhtar pega amanhã um dos grandes times do grande futebol alemão, o Borussia Dortmund.

    Não dá para citar Taison sem desembocar em uma das histórias mais citadas do jornalismo esportivo recente. Em 2009, empolgado com atuações do jovem brasileiro à época no Inter-RS, um escriba gaúcho meteu em seu blog, falando sério, o seguinte assunto: "Taison ou Messi, o futuro dirá quem foi melhor".

    Vamos colocar a coisa assim: visto daqui de 2013, a colocação não se mostrou das mais felizes. Mas botando Neymar na conversa, já que à época do artigo ele estava estreando nos profissionais do Santos e logo passou a ser o personagem brasileiro preferido nas comparacões a Messi, Taison larga na frente do santista, para pelo menos tentar diminuir a distância da reputação que tem o craque argentino. Vai saber.

    Embates Neymar x Messi, se tanto, só no Mundial de 2014.

    Esta semana será mais tranquila para Neymar que a passada, quando teve destacável atuação apagada na derrota da seleção para a Inglaterra, mereceu uma "capa-estudo" aqui mesmo nesta Folha e ganhou descrédito gringo acentuado ("hype", "craque da publicidade").

    Neymar está longe de ser um coitado. O maior jogador brasileiro em anos tem a vida feita aos 21 anos, já escreveu seu nome no futebol nacional e quer mais é curtir o Carnaval com sua nova namorada.

    Mas não é possível que ele, à luz da Copa, jogue com o Paulista no domingo e curta a espera de um pega contra a Ponte, vendo um Real Madrid x Manchester, o Lucas e o Taison na Champions, achando que tudo está bem.

    lúcio ribeiro

    Escreveu até dezembro de 2013

    É jornalista de cultura pop, editor do blog Popload, no UOL, colaborador da "Ilustrada", mas acha que no fim gosta mais de futebol do que de música.

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