Talvez você não tenha ficado sabendo, consumido no final de semana pela final da Champions League, início de Brasileirão e notícias do Neymar (Vai embora, Neymar!). Mas os milionários times ingleses do Manchester City e do Chelsea se enfrentaram aqui nos EUA no sábado, em jogo cheio de gols e significados.

Sim, o pega britânico foi em solo ianque. A partida foi jogada num estádio de beisebol em Nova York.

Antes de entrar nesses méritos, queria dizer que, passando os últimos dias nos EUA, fiquei chocado em como eles ficaram chocados na última semana, quando a Major League Soccer anunciou a criação do 20º time da liga.

Nasceu o New York City Football Club, que vai disputar o Americanão a partir de 2015, criando uma rivalidade na mais famosa cidade do país com o New York Red Bulls.

Para um país em que até pouco tempo "soccer" era coisa de meninas, o panorama mudou bastante e, parece, para valer mesmo agora.

O NYCFC é uma cria da junção de duas poderosas organizações esportivas mundiais, o Manchester City, cheio de dinheiro árabe, e o New York Yankees, instituição americana do beisebol. Custou US$ 100 milhões dos aliados, sendo que o City controlará três quartos do clube, e o Yankees, o quarto restante.

Essa foi a notícia. O que está por trás dela balançou analistas do "New York Times", da "Forbes" e de outros meios em que a história repercutiu além dos números.

A Major League Soccer vai fincar um estádio só dela na maior cidade americana, em que nada mais desse tamanho consegue ser erguido. Com a ajuda entusiasmada do governo local. Um parque no Queens, ao lado do estádio do Mets, outro gigante do beisebol, é um dos locais cogitados. O rival Yankees ri, mas o Mets chia, não quer uma concorrência no bairro, mesmo sendo de um esporte "menor" como o futebol.

Outra opção, paliativa, é usar o estádio do Yankees, onde aconteceu o amistoso sábado. Foi a terceira partida de futebol que aconteceu no campo de beisebol desde 1976. E 50 mil pessoas foram ver o jogo "besta" dos ingleses em que o City propagandeou a camisa do NYCFC.

Recentemente li que a MLS teve sua melhor média de audiência na TV americana em 2013, desde a criação em 1996. Bateu a de 2012, que tinha batido a de 2011. A SiriusXM FC, rádio de assinatura com 24 horas de futebol, é uma das que mais crescem no famoso serviço por satélite de 24 milhões afiliados.

O Americanão já tem média de público maior que o Brasileirão. Seu público já passa o da NBA e do hóquei (ok, estádios são maiores que arenas). E cogita-se estender as vagas da Libertadores para times americanos e canadenses.

Agora um belo filme hollywoodiano com Denzel Washington no papel de Ronaldinho e Gene Hackman como Felipão e teremos mais uma grande pátria de chuteiras.