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    Lúcio Ribeiro

    Alex 10

    09/07/2013 03h00

    É engraçado notar que os novos ares respirados no país depois de uma certa retomada de prestígio do futebol brasileiro passam bastante, ao menos momentaneamente, pelos narizes de dois jogadores veteranos em especial. Um deles holandês.

    O outro é o meia Alex, do Coritiba, vice-líder do Brasileirão. Alex, 36 anos em setembro, é tipo um desses craques inesgotáveis, sem fim.

    No sábado, numa dessas arenas de Copa do Mundo, sem nunca ter ido a uma mesmo mantendo sempre um futebol de alto nível por onde passa, Alex comandou a reação do Coxa em um jogo praticamente perdido para o Flamengo.

    Isso se o time paranaense não tivesse Alex para dar uma assistência precisa e sacramentar o 2 a 2 com um chute muito forte da grande área, que como ele disse "ou era gol ou iria para a arquibancada".

    O gol de Alex fez as mensagens de celular funcionarem de imediato entre mim e meus amigos, fato que acontece há algum tempo, sempre evocando um feito seu. É assim com dois amigos em particular: um cruzeirense e um simpatizante do Coxa.

    Eu, como palmeirense, integro a tríade de adoradores de Alex, pelos serviços prestados a nossos times em épocas tão díspares. Não vou botar nessa conta os torcedores do Fenerbahce, que fizeram o clube construir uma estátua tamanho real para Alex em 2012, quando deixou o time turco depois de oito anos.

    Em 1999, com uma série de golaços e grandes atuações, o meia ajudou o Palmeiras a ganhar a Libertadores. Em 2002, fez o antológico gol no São Paulo de Ceni, chapelando de calcanhar um zagueiro e depois o goleiro.

    Em 2003, foi capitão e líder em campo do Cruzeiro no ano em que o time completou a tríplice coroa, ganhando o Mineiro, a Copa do Brasil e o Brasileiro, incluindo um gol de letra no Flamengo no Maracanã, em final da Copa do Brasil.

    O meu amigo coxa branca é grato ao Alex por ser prata da casa e por ter preferido voltar ao clube de origem no final de carreira. O balanço não está ruim: neste ano, Alex ajudou a ganhar o Estadual e botar o Coritiba em segundo no Nacional.

    Alex é diferenciado também fora do campo. Culto, dizem que prefere ler um livro na concentração em vez do tradicional baralho.

    Antenado nas modernidades, Alex é bastante assíduo em redes sociais, interagindo com torcedores de todas as equipes. Ele tem quase 1,5 milhão de seguidores no Twitter (@Alex10combr). E por essa ferramenta teclou algumas palavras para esta coluna.

    "Minha ideia é continuar jogando enquanto estiver mantendo um alto nível. Meu segredo para continuar fazendo gols e ajudar a equipe vem de eu sempre estar procurando me divertir em campo. Claro, sabendo da responsabilidade e do que representa o futebol na vida de nós, brasileiros."

    Tecla muito, esse Alex.

    lúcio ribeiro

    Escreveu até dezembro de 2013

    É jornalista de cultura pop, editor do blog Popload, no UOL, colaborador da "Ilustrada", mas acha que no fim gosta mais de futebol do que de música.

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