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    Luiz Caversan

    Sem Face, só por hoje

    30/11/2013 03h00

    Fiquei sabendo que tem um vídeo muito fofo no Facebook. É uma menininha, bebê, discutindo com o pai, na língua própria dos bebês, ou seja, na base de interjeições e gritinhos, porque não quer ir dormir de jeito nenhum. Uma graça.

    Fiquei sabendo também que um amigo querido perdeu o emprego, despediu-se na rede social e recebeu muitos posts de solidariedade.

    Fiquei sabendo ainda que muitos são-paulinos se regozijaram com a morte de dois operários na obra da construção do estádio do Corinthians em Itaquera. Afinal, "estádio de time grande", ou seja, o Morumbi, "não cai"... Lindo!

    Fiquei sabendo ainda que continua a guerra verbal entre os petralhas e os tucanos privatistas em torno das condenações do Supremo, com baixarias de parte a parte. Agora com o tempero dos dossiês envolvendo corrupção paulista e acusações de outro calibre.

    E fiquei sabendo que o bar de um querido amigo lançou um sen-sa-cio-nal pastel de queijo gorgonzola, de dar água na boca.

    Por fim, fiquei sabendo que o caro professor Renato Janine Ribeiro, em mais um de seus posts transbordantes de sensatez, intui que a posição nem sempre sensata da mídia não será determinante na percepção de que a vida do brasileiro está melhorando de verdade, e que isso sim vai impactar nas eleições do próximo ano.

    Olha, para dizer a verdade, do que mais senti falta dessas informações todas, com as quais não tive contato esta semana porque briguei com o Facebook e resolvi dar um tempo da rede social, foi o pastel do Albertinho. Me aguarde!

    Claro, a sensatez do professor Janine Ribeiro é sempre bem-vinda e obviamente faz fará falta, mas seus livros e artigos corriqueiros na imprensa hão de compensar suas pensatas mais ligeiras.

    Faz uma semana que estou de "férias" do Facebook. Cansei das grosserias, dos destemperos e das agressões que passaram a predominar nesta fantástica rede social sempre que temas ditos políticos estão em questão. Certamente por uma deficiência pessoal, estes desvarios e desinteligências acabaram tirando o tesão por todo o resto que é compartilhado por lá.

    Com o tempo economizado longe do computador, no entanto, revi pelo menos uns cinco episódios da Família Soprano, "matei" as 50 páginas que faltavam, havia anos, no sensacional "Palimpsesto", autobiografia de Gore Vidal, estou devorando o último romance do Bernardo Carvalho e cheguei à metade do catatau que é o segundo volume de "Getúlio", do Lira Neto.

    Ah, voltei a ler o jornal inteiro, ainda que no iPad, embora isso signifique boa dose de aborrecimento também.

    E estou conseguindo, acho que pela primeira vez na vida, adiantar as comprinhas do Natal.

    Parece papo de viciado em recuperação, e acho que é um pouco mesmo.

    Mais uma semana de detox e voltarei a consumir Facebook.

    Com moderação.

    luiz caversan

    Escreveu até abril de 2016

    É jornalista e consultor na área de comunicação corporativa.

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