RIO DE JANEIRO - Procede a avaliação de que o novo ministério tem uma robustez política que pode ser necessária para o governo Dilma enfrentar 2015. Mas essa análise não só não impede, como até reforça que pensemos por que, entre outras estranhezas, teremos no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação o tão simpático quanto inadequado Aldo Rebelo; e no Ministério do Esporte um homem chamado George Hilton, que conseguiu a façanha de ser expulso do PFL (hoje DEM).

(E, ainda, por que no governo FHC tivemos Renan Calheiros no Ministério da Justiça, pasta que ele deveria temer, e não comandar).

Gentil, a imprensa diz que os partidos miram "visibilidade" e "capilaridade". Na verdade, estão atrás de cargos e verbas.

Sobre os primeiros, um país que se pretendesse com instituições firmes restringiria ao máximo o número de postos de (des)confiança, ficando a maioria com funcionários dependentes do próprio mérito, não de padrinhos.

Sobre dinheiro, sabemos, quando nos despimos dos bons modos verbais, que as siglas ocupam pastas em busca, sobretudo, de encher os cofres –partidários e outros.

Não seria melhor, então, o Estado pagar dotes às legendas da coalizão vencedora, sendo esse o preço para o(a) presidente ficar livre e nomear quem desejar?

O PMDB, por exemplo, libertaria seus seis ministérios em troca de x milhões. O resgate pago ao PSD de Gilberto Kassab pouparia a vida do Ministério das Cidades. E Cid Gomes, em troca de não tocar na Educação, receberia uma bolsa para realizar o sonho de morar em Washington.

A proposta parece cínica. E é. Mas sai mais em conta. E poderíamos ganhar ótimos ministros.

Fica essa ideia estapafúrdia para uma República idem. E que surja, enfim e de fato, uma Nova República. Ingenuidade? Melhor do que cinismo.